Uma descoberta arqueológica e genética está reescrevendo os primeiros capítulos da história da humanidade. É que pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos EUA, desenterraram um enigma intrigante envolvendo Homo sapiens e Neandertais.

Para quem tem pressa:

  • Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia descobriram que antes do encontro entre Homo sapiens e Neandertais na Eurásia, o DNA humano já estava entrelaçado com uma linhagem de humanos primitivos extintos;
  • A análise dos genomas Neandertais em comparação com populações modernas subsaarianas revelou que até 6% do DNA Neandertal tem origem nos humanos modernos, desafiando a visão tradicional de que a mistura ocorreu após a grande migração da África;
  • A presença de traços genéticos africanos nos Neandertais abre novas perspectivas sobre os movimentos pré-históricos e sugere uma história mais complexa da evolução humana;
  • A maioria do DNA humano moderno no genoma Neandertal está em regiões não codificantes, indicando que a seleção natural trabalhou ao longo do tempo para eliminar genes prejudiciais à aptidão física.

Os pesquisadores apontaram, num estudo publicado na revista Current Biology, que antes mesmo de espécimes de Homo sapiens e Neandertais terem trocado seus primeiros olhares na Eurásia, o DNA humano já estava entrelaçado com uma linhagem de humanos primitivos extintos.

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Homo sapiens e Neandertais

Representação gráfica em 3D de Homo sapiens
(Imagem: Wikimedia Commons)

Ao analisar os genomas Neandertais em comparação com uma coleção diversificada de populações modernas subsaarianas, os pesquisadores descobriram que até 6% do DNA Neandertal tem raízes nos humanos modernos. É uma revelação surpreendente, considerando que a maioria dos cruzamentos aconteceu na Eurásia.

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A narrativa tradicional sugeria que os Neandertais se uniram aos Homo sapiens após a grande migração da África. No entanto, a presença de traços genéticos africanos nos Neandertais desafia essa visão e abre novas perspectivas sobre os movimentos pré-históricos.

Esta antiga linhagem de humanos modernos traz uma visão completamente nova para a evolução humana. A falta de sequências de DNA de fósseis antigos nos impede de compreender completamente a evolução inicial do Homo sapiens na África.

Daniel Harris, bolsista de pesquisa na Universidade da Pensilvânia

Essa descoberta também lança luz sobre o processo de seleção natural. A maior parte do DNA humano moderno no genoma Neandertal residia em regiões não codificantes, sugerindo que a seleção natural tentou, ao longo do tempo, eliminar esses genes por serem prejudiciais à aptidão física.

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Essa complexa teia genética, envolvendo Neandertais, Denisovanos e Homo sapiens, revela uma história de encontros e cruzamentos que moldaram a evolução humana. O estudo ressalta como os seres humanos, apesar de suas diferenças, estão unidos por uma intrincada rede de parentesco genético.