Guerra dos chips: EUA suspende exportação de mais chips de IA para a China

Objetivo das restrições, segundo os EUA, não é prejudicar o crescimento econômico chinês, mas sim impedir que o país tenha acesso a semicondutores avançados para uso militar
Gabriel Sérvio17/10/2023 14h46
Guerra dos chips entre EUA e China
Imagem: William Potter/Shutterstock
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O Departamento de Comércio dos EUA anunciou nesta terça-feira (17) que planeja impedir a venda de mais chips de inteligência artificial para a China. As novas regras já começam a valer nas próximas semanas, segundo informações da CNBC.

O que aconteceu

  • O Departamento de Comércio dos EUA quer restringir ainda mais a venda de chips de inteligência artificial para a China. 
  • As novas restrições vão atingir a exportação dos chips A800 e H800 da Nvidia e também podem afetar chips vendidos pelas gigantes Intel e AMD. 
  • Outras normas dificultarão a exportação para a China de equipamentos para fabricação de semicondutores. 

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Restrições anteriores proibiram a venda do Nvidia H100 à China, o processador preferido de empresas de IA como a OpenAI. Como alternativa, as empresas chinesas ainda podiam comprar uma versão um pouco mais lenta do chip, o H800 ou A800.

Agora, as novas regras também proibirão esses dois chips. As restrições também podem afetar chips vendidos pela Intel e AMD e dificultarão a venda e exportação de equipamentos de fabricação de semicondutores para a China.

As restrições podem gerar impactos econômicas contra empresas norte-americanas que fazem negócios no país. A Nvidia, por exemplo, já disse em agosto que a estratégia pode afetar os lucros da empresa no longo prazo.

Após a notícia, as ações da Nvidia caíram 5% na manhã de hoje, enquanto a Broadcom registrou retração de 2%, a AMD de mais de 3% e a Intel cerca de 1,5%.

Objetivo das restrições

  • O objetivo das restrições, segundo os EUA, não é prejudicar o crescimento econômico chinês, mas sim impedir que o país tenha acesso a semicondutores avançados.
  • Estes chips poderiam alimentar avanços na inteligência artificial para uso militar, diz a secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo. O que em tese podeira “ser aproveitado de maneiras que ameaçam os EUA e aliados”.
  • Agora, empresas que quiserem exportar chips de IA para a China (ou outras regiões embargadas) devem notificar o governo dos EUA.
  • Vale mencionar que chips para produtos de consumo, como consoles ou smartphones, não estarão sujeitos aos controles mais rígidos de exportação.

As novas normas de exportação de chips e equipamentos para a China entram em vigos após 30 dias, dizem as autoridades norte-americanas.

Gabriel Sérvio é formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário Geraldo Di Biase e faz parte da redação do Olhar Digital desde 2020.