China estaria espionando empresas do Vale do Silício, alerta Ocidente

De acordo com os países aliados, os espiões do governo da China estariam fortemente interessados na inteligência artificial ocidental
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 18/10/2023 17h57
Hacker encapuzado sentado usando notebook numa mesa e, ao fundo, paredes com luzes vermelhas
(Imagem: iStock)
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Líderes do setor de inteligência dos Estados Unidos e de países aliados se reuniram nesta semana para discutir formas de combater a espionagem da China. Segundo relatórios de Washington, os espiões de Pequim não estão atuando mais apenas em prédios governamentais norte-americanos, mas também em escritórios de empresas de tecnologia no Vale do Silício.

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Essa foi a primeira vez que os chefes do FBI e do MI5 britânico e seus homólogos da Austrália, Canadá e Nova Zelândia se reuniram para uma discussão pública sobre ameaças de inteligência. O objetivo é detectar e impedir os esforços da China para roubar segredos dos países aliados.

Essa reunião sem precedentes é porque estamos lidando com outra ameaça sem precedentes. Não há ameaça maior à inovação do que o governo chinês.

Christopher A. Wray, diretor do FBI

Importância do Vale do Silício

  • Os países aliados querem envolver empresas privadas no combate ao que chamam de “ameaça sem precedentes”.
  • A reunião foi realizada na Universidade de Stanford, no Vale do Silício.
  • O FBI, a polícia federal dos EUA, estima que mais da metade da espionagem chinesa focada em roubar tecnologia americana ocorre na área conhecida mundialmente pelos avanços tecnológicos.
  • As informações são do jornal The New York Times.
Disputa entre Estados Unidos e China é também tecnológica (Imagem: BeeBright/Shutterstock)

Espionagem da China gera preocupação

Os alertas surgem no momento de grande tensão entre Estados Unidos e China, especialmente na área tecnológica com a chamada “guerra dos chips”. A Casa Branca afirma que os esforços de espionagem chineses alcançaram todas as facetas da segurança nacional, diplomacia e tecnologia comercial avançada. E afirma que ninguém lucra se Pequim roubar propriedade intelectual.

Ainda de acordo com os países aliados, o governo chinês estaria fortemente interessado na inteligência artificial ocidental, tecnologia que permitiria melhorar a coleta e análise de inteligência. Dias antes da reunião, o presidente Joe Biden anunciou que estava limitando ainda mais a venda de chips semicondutores avançados para a China, restrição que dificulta ainda mais o desenvolvimento de IA no território chinês.

Dados do MI5 apontam que o número de investigações sobre espionagem da China aumentou substancialmente no Reino Unido desde 2018. Já o Serviço de Inteligência de Segurança do Canadá afirmou que as empresas ocidentais precisam entender que Pequim “mudou as regras do jogo” e que obriga os seus cidadãos em qualquer lugar do mundo a fornecer informações aos serviços de inteligência do país.

O governo da China nega as acusações do Ocidente.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.