Operadoras podem acabar com WhatsApp e redes sociais de graça; entenda

As empresas alegam que aplicativos como o WhatsApp usam cada vez mais dados, o que inviabiliza o oferecimento dos serviços de forma gratuita
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 20/10/2023 14h16, atualizada em 20/10/2023 16h31
Pessoa com dedo acima de ícones de redes sociais em iPhone
Regulamentação das redes sociais ajudaria a combater ataques nas escolas, segundo ministro do STF (Imagem: Matt Cardy/Getty Images)
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As operadoras brasileiras têm discutido novos modelos que preveem a cobrança pelo acesso a aplicativos até então gratuitos, caso do WhatsApp, FacebookInstagram e X (antigo Twitter). O movimento é inspirado no que já acontece fora do Brasil. A Índia e alguns países da Europa, por exemplo, já abandonaram os planos com acesso ilimitado, oferecendo opções com franquias de dados maiores.

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Operadoras alegam que não é mais possível oferecer WhatsApp e outros serviços de graça

  • Os planos de internet com acesso gratuito a aplicativos foram lançados como parte de uma estratégia para conquistar consumidores.
  • A ideia era garantir que o uso dessas ferramentas não consumisse o pacote da franquia contratada.
  • No entanto, a chegada do 5G no país fez com que essas operações ficaram mais caras, exigindo uma quantidade maior de dados.
  • E as operadores têm buscado alternativas para não terem prejuízo.
Imagem mostrando o logo do WhatsApp em uma tela de celular
Com fotos e vídeos, WhatsApp exige quantidade cada vez maior de dados (Imagem: Meta)

Big Techs pagarão a conta?

O presidente da Telefônica Brasil, Christian Gebara, confirmou a existência das discussões sobre o novo modelo que deve ser oferecido aos clientes. Ele já havia utilizado o WhatsApp como exemplo das transformações com o consumo de internet, destacando que o aplicativo começou gratuito quando era só de troca de mensagens. Hoje, no entanto, já conta com fotos e vídeos, aumentando a quantidade de dados necessários.

Uma das possibilidades defendidas pelas operadores é que as grandes empresas de tecnologia paguem a conta. Segundo Gebara, o tráfego de redes cresce num ritmo de 20% a 30% globalmente, e seis a sete big techs concentram a maior parcela desse fluxo.

O presidente da Telefônica reforça que “as empresas de telecom, mundialmente, não conseguem suportar esse crescimento acelerado com investimentos que deem retorno para os nossos acionistas”. Ele também aponta que é necessário usar o dinheiro para reforçar a infraestrutura nacional, possibilitando que o acesso à internet chegue para regiões que ainda estão fora da área de cobertura.

Executivos de outras operadoras já defenderam posições semelhantes, sendo favoráveis ao fim da franquia ilimitada para aplicativos. Um ponto que ainda vai precisar ser discutido é em relação ao Marco Civil da Internet. Isso porque a legislação prioriza as empresas que oferecem os serviços gratuitos.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.