Helicóptero Ingenuity, da NASA, vistoria terreno durante 63º voo em Marte

Voos anteriores do helicóptero Ingenuity buscavam recordes; desta vez, no entanto, ele foi usado pela NASA para vistoriar um terreno em Marte
Flavia Correia23/10/2023 18h33, atualizada em 23/10/2023 19h05
ingenuity-marte-nasa
Representação artística do helicóptero Ingenuity, da NASA, voando em Marte. Crédito: NASA/JPL-Caltech/ASU/MSSS
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Na última quinta-feira (19), o helicóptero Ingenuity, da NASA, voou pela 63ª vez em Marte. Diferentemente do anterior, este voo, inserido no registro oficial da missão nesta segunda-feira (23), não apresentou nenhum recorde.

O que você vai ler aqui:

  • Helicóptero da NASA voa pela 63ª vez em Marte;
  • Em voos anteriores, o equipamento bateu recordes de altura, velocidade e distância;
  • Desta vez, no entanto, a prioridade era a segurança do equipamento ao sobrevoar uma área desconhecida para guiar o rover Perseverance, seu companheiro de missão.

Segundo registrado, o drone de 1,8 kg fez um deslocamento horizontal de 579 metros, a 12 metros do chão, durante mais ou menos 2min22s. A velocidade máxima alcançada neste voo foi de 6,3 m/s. 

Embora o helicóptero tenha percorrido a maior distância desde o voo 25, esses dados, de maneira geral, não indicam qualquer marco importante na missão, que já superou as expectativas iniciais de número de voos em mais de 12 vezes.

A altitude máxima de 12 metros, por exemplo, é metade da atingida dois voos atrás, enquanto a velocidade de 6,3 m/s é menor do que a do voo mais recente, que chegou a 10 m/s. 

NASA prioriza segurança do helicóptero 

De acordo com o site Italy24News, isso tudo foi intencional. A combinação desses valores estabelece um nível de segurança suficiente para completar a vistoria aérea de um terreno que ainda não era conhecido e permanecer em uma posição avançada em relação ao rover Perseverance.

Atualmente, os dois equipamentos estão a pouco mais de 400 metros um do outro. O helicóptero tem atuado como navegador do companheiro de missão, explorando o chão por onde ele vai passar nos próximos dias/semanas. 

Ainda não foi divulgado o plano de voo 64 e também não está claro se ele acontece neste mês. 

Até agora, o helicóptero Ingenuity voou por mais de 115 minutos, cobrindo quase 14,5 km de terreno marciano, sem indícios de qualquer degradação das baterias ou das partes mecânicas. 

Ingenuity prova que a exploração aérea é possível em Marte

O helicóptero movido a energia solar deixa seu nome registrado nos anais de história da aviação espacial, cumprindo com louvor a missão de US$85 milhões de dólares, e ainda com saúde para trabalhar por mais tempo.

Em seu trabalho de exploração para o rover Perseverance em seus passeios mais longos e ambiciosos, ele ajuda a equipe da missão a planejar rotas e escopos de potenciais alvos científicos.

Representação artística dos companheiros de missão Ingenuity (helicóptero) e Perseverance (rover), ambos da NASA, em Marte. Crédito: Mike Mareen – Shutterstock

Pioneiro em determinadas tecnologias e capacidades, o Ingenuity passou por diversos desafios para mostrar que o futuro é muito favorável para a exploração aérea em Marte.

“Já iniciamos os primeiros esforços para investigar como o helicóptero Ingenuity ou plataformas semelhantes a ele agem para fazer coisas como carregar cargas científicas, como elas podem ser naves espaciais autônomas e completamente autossustentáveis que não estão ligadas a algo como um rover para cobrir distâncias maiores e acessar uma variedade de alvos científicos”, disse Jaakko Karras, vice-líder de operações do Ingenuity no JPL, em entrevista ao site Space.com.

Ele conclui com uma mensagem de esperança. “Olhando para trás daqui a cinco ou dez anos, veremos que este foi o trampolim, o precursor da exploração aérea maior e mais ousada em Marte”.

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.