Tatuagem de Cristo é descoberta em corpo de 1,3 mil anos no Sudão; veja

O símbolo combina as letras gregas “chi” e “rho” para formar uma abreviação de monograma para o nome de Cristo
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 25/10/2023 12h14
Imagem de Jesus Cristo crucificado numa igreja
Imagem de Jesus Cristo na igreja Imaculada Conceição, em Piracicaba (SP) (Imagem: Pedro Spadoni/Olhar Digital)
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Uma tatuagem com referências a Jesus Cristo foi identificada em um cadáver de 1.300 anos escavado em um cemitério perto de um mosteiro medieval no Sudão. O local fica no sítio monástico de Ghazali, um dos sítios arqueológicos mais bem preservados do país. O símbolo combina as letras gregas “chi” e “rho” para formar uma abreviação de monograma para o nome de Cristo.

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Símbolo cristão

  • Em uma escavação entre 2012 e 2018, uma equipe do Centro Polonês de Arqueologia do Mediterrâneo, da Universidade de Varsóvia (PCMA UW) explorou o mosteiro, datado dos séculos 7 a 13, junto de quatro cemitérios com centenas de sepultamentos.
  • Um dos indivíduos enterrados em Ghazali, encontrado em 2016, tinha uma tatuagem no pé direito representando um cristograma e as letras gregas “alfa” e “ômega”.
  • Conforme comunicado da Universidade de Varsóvia, um cristograma é um símbolo religioso que combina as letras gregas “chi” e “rho” para formar uma abreviação de monograma para o nome de Cristo.
  • A primeira vez que esse símbolo foi descrito na história foi por volta de 324 d.C., quando Constantino se tornou imperador do Império Romano.
  • As letras “alfa” e “ômega”, a primeira e a última letras do alfabeto grego, representam a crença cristã de que Deus é o começo e o fim de tudo.
  • As informações são da Revista Galileu.
Símbolo combina as letras gregas “chi” e “rho” para formar uma abreviação para o nome de Cristo (Imagem: reprodução/Kari A. Guilbault)

Tatuagens não eram comuns na época

Esta é apenas a segunda vez que uma tatuagem foi evidenciada na Núbia medieval. A descoberta aconteceu durante uma documentação fotográfica.

Foi uma grande surpresa ver de repente o que parecia ser uma tatuagem enquanto eu estava trabalhando com a coleção de Ghazali. No início, eu não estava certa, mas quando as imagens foram processadas e a tatuagem ficou claramente visível, quaisquer incertezas iniciais foram dissipadas.

Kari A. Guilbault, da Universidade Purdue, nos Estados Unidos

A marca foi encontrada no pé direito e é intrigante, já que Cristo pode ter tido um prego cravado nesse local durante sua crucificação. Embora a tatuagem indicasse que o indivíduo era cristão, não está claro se ele era um monge, segundo os pesquisadores. Por ter sido enterrado em um cemitério, é provável que ele tenha sido apenas uma pessoa comum.

Uma análise por datação por radiocarbono indicou que o indivíduo viveu entre os anos 667 e 774. Nessa época, o cristianismo era a principal religião na região. O indivíduo tinha provavelmente entre 35 e 50 anos quando morreu.

Os restos humanos estão agora sendo estudados pelos cientistas, que estão investigando a origem da população local da região do sítio monástico e procurando entender como era a vida das pessoas ali sepultadas.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.