Até agora, evidências científicas apontam que os primeiros calçados usados por seres humanos têm aproximadamente seis mil anos. Mas vestígios fósseis encontrados na Costa do Cabo, na África do Sul, podem mudar completamente esse entendimento. De acordo com pesquisadores envolvidos no estudo, as populações que viviam na Idade da Pedra Média (entre 70 mil e 150 mil anos atrás) já usavam algum tipo de calçado para caminhar pela praia.

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Andar descalço não era uma opção

  • De acordo com a pesquisa, a descoberta pode significar que os humanos antigos já possuíam habilidades cognitivas e práticas complexas, diferentemente do que é aceito hoje pela comunidade científica.
  • O estudo revela indícios de que não era possível andar descalço (diferentemente do que está documentado na maior parte do planeta naquela época) na região da Costa do Cabo do Sul em função da presença de rochas muito afiadas.
  • Os pesquisadores destacam que uma lesão no pé seria fatal há tanto tempo atrás.
  • Por isso, os humanos desenvolveram uma forma de poder andar por aquelas superfícies.
  • As informações são da Phys.org.

Chinelos podem ter surgido muito antes do que se pensava

Não se sabe ao certo que tipo de calçado era utilizado. Os pesquisadores responsáveis pelo estudo acreditam que seria uma espécie de chinelo da época.

Eles chegaram a essa suposição usando a icnologia, técnica que ajuda a procurar evidências de pegadas feitas por pessoas que usam alguma cobertura para os pés. Ao analisar essas pegadas, é possível aprender mais sobre o comportamento, o movimento e as interações das populações humanas antigas.

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Os pesquisadores juntaram calçados primitivos e caminharam pelas mesmas praias que esses hominídeos pisaram. A equipe pôde comparar os locais de rastreamento reais (entre 70 mil e 150 mil anos de idade) com seu trabalho por meio de imagens computadorizadas. “Houve correlações incríveis”, afirma o estudo.

A teoria revela pelo menos três rastros na costa sul do Cabo que os humanos daquela época podem ter feito com os chinelos antigos. Os pesquisadores lembram que as evidências são inconclusivas e que são necessários mais estudos sobre o assunto.