Com seca histórica, Amazonas registra mais de 200 queimadas em um único dia

Segundo o Inpe, o Amazonas registrou 236 queimadas apenas no domingo (29); a capital Manaus voltou a ser encoberta por uma onda de fumaça
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 31/10/2023 13h16
Queimadas na Amazônia
Queimadas na Amazônia (Crédito: Christian Braga/ Greenpeace)
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Um levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) aponta para um número impressionante. O Amazonas registrou 236 queimadas apenas no último domingo (29). Na data, a capital Manaus voltou a ser encoberta por uma onda de fumaça causada pelos incêndios. A quantidade expressiva de focos de calor tem sido impactada pela seca histórica na região.

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Maior número de queimadas em 25 anos

  • De acordo com o Inpe, o número de queimadas para o mês de outubro, no estado, é o maior dos últimos 25 anos. 
  • Foram quase 4 mil focos de calor até agora.
  • Ao mesmo tempo, o Amazonas vive uma grave crise ambiental, agravada também pela seca histórica dos rios e que já atingiu quase todos os municípios do estado e mais de 600 mil pessoas.
  • As informações são do G1.
Seca faz locais terem que usar embarcações menores para transitar pelo Rio Negro, em Manaus (Imagem: jesper Sohof/Shutterstock.com)

Estado de emergência ambiental

A última vez que o estado do Amazonas registrou um número de queimadas superior a 100 em um único dia foi no dia 10 de outubro. Naquela data, segundo o Inpe, foram 504. Na oportunidade, Manaus foi coberta pela fumaça pela primeira vez. Na época, o superintendente do Ibama no estado, Joel Araújo, disse que o fenômeno era fruto das queimadas feitas por agropecuaristas em municípios próximos à capital.

Desde então, o número diário de queimadas registrado pelo Inpe variou entre 60 e 80. No entanto, no domingo, os incêndios voltaram a subir assustadoramente.

Como resultado, no domingo, uma nova onda de fumaça invadiu a cidade de Manaus e encobriu pontos turísticos, como, o Teatro Amazonas e a Praia da Ponta Negra. A qualidade do ar chegou a ser considerada péssima. Já nesta segunda (30), o fenômeno voltou a ser verificado em diferentes pontos da cidade, e o ar também voltou a ser considerado péssimo ou muito ruim.

Em todo o mês de outubro, dos dez municípios que mais queimam a Amazônia, dois são do Amazonas. Lábrea e Boca do Acre, ambas localizadas no Sul do estado, região que concentra uma forte presença de agropecuaristas e que é chamada de “arco do fogo e do desmatamento.

Lábrea, inclusive, desponta como a segunda cidade do bioma com mais queimadas durante o mês. Até o domingo, foram 515. Já Boca do Acre registra 348 focos de calor.

Ainda em setembro, o governador Wilson Lima decretou estado de emergência ambiental por conta das queimadas que atingem o estado durante o período de estiagem. O Ministro da Justiça Flávio Dino chegou a autorizar o uso de agentes da Força Nacional em municípios do Sul do Amazonas para combater os focos de calor. Ao todo, mais de 140 agentes chegaram ao estado para atuar no combate ao fogo.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.