Ruínas antigas foram encontradas recentemente na Amazônia. A descoberta foi anunciada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) na última terça (31) e foi possível por conta da estiagem do Rio Solimões, causada pela seca que vem assolando a região amazônica.

Quatro sítios arqueológicos foram localizados em diferentes pontos do estado, sendo três deles desconhecidos.

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  • Entre os desconhecidos está o Forte São Francisco Xavier. Localizado na cidade de Tabatinga, no Amazonas; 
  • Ele foi construído em 1766 durante o período colonial, a mando do governador do Estado do Grão-Pará e Maranhão, Fernão da Costa de Ataíde Teive Souza Coutinho;
  • Sua estrutura era feita de madeiras grossas em um formato de hexágono irregular.

Ruínas encontradas

No local foram encontrados vestígios arqueológicos como louças, material construtivo, vidro e ferro, fazendo com que após visitas realizadas no dia 25 de outubro, o Iphan decidisse por registrar o forte no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA).

Além do forte, as secas na região Amazônica também revelaram outros três sítios arqueológicos, um já conhecido desde 2010, a Ponta das Lajes, em Manaus, e outros dois também inéditos: um na cidade de Anamã, a 160 km da capital amazonense, e outro em Urucará, a 260 km de Manaus, nas margens do rio Uatumã. Entre os achados em Ponta das Lajes estão gravuras rupestres.

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Gravuras rupestres encontradas em Ponta das Lajes . (Imagem: Guilherme Silva/Iphan)

Neste momento em que as gravuras rupestres e artefatos cerâmicos afloram por todo o Amazonas, não podemos deixar de reconhecer as oportunidades para pesquisa e valorização da nossa história. Além de registrar e divulgar, planejamos com a equipe e parceiros os próximos passos na preservação e cuidado desse patrimônio histórico e arqueológico.

Beatriz Evanovick, superintender do Iphan no Amazonas, em comunicado

O forte demarcava a fronteira do Brasil

De acordo com o Iphan, a edificação era a última parada de quem viajava para os Andes, principalmente para povoação espanhola de San Pablo de Loreto, a partir do Rio Solimões, demarcado assim o domínio da Coroa Portuguesa na região Amazônica.

O forte comportava nove peças de artilharia, cinco existentes até hoje, distribuídas no Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro (RJ) e no Quartel do Comando de Fronteira do Solimões, do Exército Brasileiro.

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Apesar disso, ele não possuía uma estrutura preparada para eventuais guerras. Na verdade, registros do Exército indicam que ele era utilizado para inspecionar canoas que passavam por ele. A intenção era impedir o contrabando pelo Rio Solimões.

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Vestigio arqueologico encontrado no Forte São Francisco Xavier (Crédito: Jaime Oliveira/ Iphan)

O forte foi utilizado até 1889, quando foi desocupado. Em 1910 o Exército assumiu o posto na tríplice fronteira e utilizou a edificação durante 22 anos. No entanto, as enchentes e as mudanças de curso do Rio Solimões derrubaram a construção em 1932 e suas ruínas apareceram de novo só agora.