O Garupa, serviço de corridas rival do Uber e 99, anunciou que está contratando seus motoristas em regime CLT. Os profissionais poderão escolher entre aderir ao contrato e receber os benefícios do regime ou se manter como trabalhadores autônomos. O objetivo da empresa é acabar com a tarifa dinâmica, fazendo frente a outros apps que têm esse modelo de variação de preços.

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Garupa em regime CLT

O Garupa foi criado em 2017, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, e está disponível em mais de 700 cidades em 19 estados do Brasil. Assim como Uber, 99 e inDrive, o app oferece serviços de corrida e outras modalidades, como transporte de animais e carga ou opções exclusivas para mulheres e crianças.

Em um primeiro momento, a novidade do regime de trabalho CLT vai contemplar trabalhadores do Garupa em Balneário Camboriú (SC), Porto Alegre (RS) e Santa Maria (RS). No entanto, aderir ao contrato não é obrigatório e cada motorista pode escolher se quer preencher o formulário para virar CLT ou seguir trabalhando de forma autônoma.

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Garupa tem modalidade “Kids” especialmente para transporte de passageiros com crianças (Foto: Garupa/Divulgação)

Regime CLT

  • Os trabalhadores que optarem pelo regime CLT terão salário fixo de R$ 3 mil e outros benefícios da modalidade, como vale-alimentação, 13º salário e férias remuneradas, além de comissões.
  • No entanto, o Garupa anunciou que vai realizar um processo de seleção, que será “ainda mais criterioso do que o modelo autônomo”.
  • Ainda, eles terão que apresentar um atestado de antecedentes criminais negativos e, seguindo a legislação, passar por um exame toxicológico.
  • Os motoristas também receberão treinamento acerca dos padrões de conduta do Garupa, com uma reciclagem frequente, e receberão crachás de identificação e uma marca da empresa para ser estampada nos veículos.
  • Para se candidatar, basta preencher um formulário no blog do Garupa, neste link. Eles ainda escreveram na publicação do anúncio que, inicialmente, vão priorizar os motoristas mais assíduos na plataforma.
(Foto: Garupa/Divulgação)

Motivação do Garupa

O modelo de trabalho autônomo de motoristas e entregadores de aplicativo tem sido discutido há algum tempo e, recentemente, a Uber (rival do Garupa) foi condenada pela 4° Vara do Trabalho de São Paulo a contratar todos os motoristas da plataforma. A companhia recorreu.

Além disso, discussões sobre um projeto de lei para regulamentar o trabalho por aplicativo está em andamento no Ministério do Trabalho, inclusive com um Grupo de Trabalho dedicado à criação de uma lei.

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No blog, o Garupa menciona esse grupo e argumenta que, para além de uma possível regulamentação dessa modalidade de trabalho, a empresa quer valorizar os motoristas através do processo de formalização e se colocar na vanguarda desse mercado.

O serviço ainda quer passar credibilidade e ficar à frente da concorrência: um dos objetivos destacados pelo Garupa é a “tarifa dinâmica”, que se refere à alteração de preços para o cliente a depender do horário ou outras condições, repassando esse valor maior para o motorista.

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Segundo a empresa, isso monopoliza esses profissionais para as plataformas durante aquele período e prejudica o mercado. Ao formalizar os trabalhadores, o Garupa deve acabar com a tarifa dinâmica.

Essa estratégia, no entanto, é danosa para o mercado, pois lesa o passageiro, que terá de gastar muito mais que o planejado para se deslocar, e prejudica também os motoristas, que vão conseguir realizar poucas corridas no período em que esse bônus fica ativo, já que terão de enfrentar uma concorrência muito maior.

Garupa, em post de blog