A Amazônia, a floresta tropical que abriga o maior rio do mundo, entrou no quinto mês de uma seca severa que afeta especialmente os arredores de Manaus. 

A seca na Amazônia

  • O Rio Negro, um afluente do norte da Amazônia, caiu para os níveis mais baixos da história em outubro.
  • Incêndios florestais avançaram onde os cursos de água recuaram.
  • Os efeitos da seca estão se espalhando pela floresta, enquanto viagens e comércio ao longo do sistema fluvial já desaceleraram. 
  • As cidades e vilas ribeirinhas estão racionando água e peixes como o boto cor-de-rosa, ameaçado de extinção, lutam para sobreviver.
  • A seca deste ano também está ligada ao forte El Niño, um padrão climático que muitas vezes gera condições mais secas na Amazônia. 
O Rio Negro caiu para os níveis de água mais baixos da história. (Imagem: André Coelho/EPA-EFE/Shutterstock)

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O aumento das temperaturas devido às mudanças climáticas também está provavelmente intensificando a estiagem. Antes, as grandes secas atingiam raramente a Amazônia, mas, devido às alterações climáticas, têm vindo com mais frequência, alertam especialistas.

Floresta amazônica pode virar savana?

O desastre deste ano, combinado com o desmatamento e o aumento das temperaturas, são fatores que dificultam a capacidade da Amazônia de se recuperar, aumentando os riscos da floresta tropical se tornar uma grande savana no futuro, destaca o The Washington Post.

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“A floresta pode se recuperar de uma seca e ser atingida por outra”, disse Chris Boulton, do Instituto de Sistemas Globais da Universidade de Exeter. “Se isso acontecer, pode demorar mais para voltar ao normal e, eventualmente, chegar a um ponto em que não será possível voltar à normalidade”.

Uma Amazônia degradada também teria grandes consequências para o clima em todo o planeta, já que a antiga floresta retira milhões de toneladas de carbono da atmosfera todos os anos.

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À medida que a estação das chuvas começa, os níveis dos rios devem começam a se recuperar. Ainda assim, os cientistas já projetam chuvas abaixo da média que poderão deixar a região novamente em alerta no próximo ano.