Google é multado por não armazenar dados de usuários dentro da Rússia

As autoridades da Rússia alegam que os dados dos usuários do Google podem ser utilizados por países considerados inimigos, caso dos EUA
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 14/11/2023 11h05
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Crédito: Sergei Elagin - Shutterstock
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A justiça da Rússia determinou que o Google pague uma multa de 15 milhões de rublos. O valor corresponde a US$ 164 mil, pouco mais de R$ 800 mil. A decisão, anunciada nesta terça-feira (14), foi tomada após repetidas recusas da empresa em armazenar dados de usuários russos em servidores dentro do país.

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Rússia e Google: uma relação conflituosa

A condenação do Google é o último capítulo de uma intensa disputa entre as autoridades russas e as grandes empresas de tecnologia. O impasse envolve desde a criação de conteúdo até a divulgação de dados, muitas vezes censurados pelo Kremlin.

A relação entre as partes piorou ainda mais depois da invasão russa à Ucrânia, em fevereiro de 2022. Desde então, o governo russo exige que o Google exclua conteúdos relacionados ao conflito e considerados ilegais pelos russos. Por outro lado, o Kremlin acusa a empresa de restringir o acesso a meios de comunicação ligados ao governo do país no YouTube.

Agora, a justiça russa entendeu que a recusa do Google em armazenar dados de usuários russos em servidores dentro do país era passível de punição. As autoridades da Rússia entendem que essas informações podem ser utilizadas por países considerados inimigos, caso dos Estados Unidos. A empresa não se pronunciou oficialmente sobre o caso até o momento, segundo a Reuters.

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(Imagem: JHVEPhoto/Shutterstock)

Antecedentes

  • Em maio deste ano, um tribunal russo multou o Google em US$ 38,6 mil, aproximadamente R$ 193 mil.
  • A gigante da tecnologia foi acusada de não excluir vídeos do YouTube que, segundo as autoridades russas, promovem “propaganda LGBT” e “informações falsas” sobre invasão à Ucrânia.
  • Já em junho, a Rússia proibiu o acesso de usuários ao Google Notícias, um agregador de notícias que costuma vir pré-instalado em celulares e tablets com Android.
  • O bloqueio da plataforma ocorreu após o presidente Vladimir Putin acusar o grupo de mercenários Wagner de “organizar uma rebelião armada”.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.