Especialistas concordam que vamos conviver com a Covid-19, assim como outras síndromes gripais. A tendência é que a doença se torne endêmica, ou seja, ocorra regularmente e tenha alguns períodos de pico. Os médicos chamam isso de sazonalidade.

Para tentar identificar qual será a sazonalidade do SARS-CoV-2 — vírus que causa a doença —, pesquisidores da Escola de Saúde Pública de Yale (YSPH) e da Universidade da Carolina do Norte em Charlotte, analisaram o comportamento de vírus semelhantes. O estudo foi publicado pela mBio.

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Detalhes do estudo:

  • Para prever a sazonalidade do vírus SARS-CoV-2, cientistas utilizaram dados históricos de diferentes coronavírus com padrões sazonais conhecidos.
  • Foram analisados dados mensais de infecção por diferentes coronavírus em estudos anteriores na Europa, Leste Asiático e América do Norte. As amostras virais são de 1985 e 2020.
  • A descoberta foi que o SARS-CoV-2 tende a aumentar nos meses mais frios, especialmente em locais temperados do Hemisfério Norte, e diminuir no verão. Esse período pode mudar conforme a região.
  • Segundo as previsões, em Rochester, Minnesota, a incidência chegará em seu pico em dezembro, se mantendo assim até o final da primavera.
  • Já em Edimburgo, Reino Unido, o aumento começa mais gradualmente no outono e diminui em meados da primavera.
  • As previsões só se aplicam quando a Covid-19 se tornar endêmica — algo que os especialistas ainda não têm certeza de quando acontecerá.

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A importância de conhecer a sazonalidade de uma doença

Saber quando uma doença terá mais ocorrências ajuda hospitais a se prepararem para atender um grande número de pacientes. Assim, é possível evitar que sistemas de saúde fiquem sobrecarregados. Jeffrey Townsend, primeiro autor do estudo, explicou ao portal Medical Express que as previsões são importantes para o setor da saúde e conta quais períodos são os que precisam de atenção:

Ter alguma ideia de quando teremos picos no futuro é importante para as políticas de saúde pública e para a tomada de decisões. O final do outono, o inverno e o início da primavera são os períodos de maior risco para surtos de infecção.

Jeffrey Townsend para o Medical Express