Alibaba perde US$ 20 bi em valor de mercado e promete focar na IA

Resultado negativo foi uma reação dos investidores ao anúncio de que o Grupo Alibaba desistiu de se separar da área de computação em nuvem
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 17/11/2023 20h57, atualizada em 01/12/2023 10h29
Alibaba
(Imagem: hxdbzxy/ Shutterstock)
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O Grupo Alibaba perdeu cerca de 20 bilhões de dólares, quase R$ 100 bilhões, em valor de mercado nesta sexta-feira (17). A queda expressiva no valor das ações, de quase 10%, representa a maior desvalorização em um único dia em um período de mais de um ano. O resultado negativo foi uma reação dos investidores ao anúncio de que a companhia desistiu dos planos de se separar da área de computação em nuvem.

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Em março deste ano, o Grupo Alibaba anunciou planos de desmembrar a área de computação em nuvem como parte de uma grande reestruturação, a maior nos 24 anos de história da empresa. O plano dividiu a companhia em seis unidades.

Na época, os analistas estimaram que a divisão de computação em nuvem poderia valer entre 41 bilhões a 60 bilhões de dólares, mas alertaram que a listagem poderia atrair atenção de órgãos reguladores chineses e estrangeiros devido ao grande volume de dados que a companhia gerencia.

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(Imagem: zhu difeng/Shutterstock)

Desvalorização da empresa

  • Na decisão de suspender a operação, divulgada nesta quinta-feira (16), o Grupo Alibaba citou as incertezas sobre as restrições dos Estados Unidos às exportações de chips semicondutores para a China voltados para aplicações de inteligência artificial.
  • As ações da empresa já foram as mais valiosas do mercado da Ásia, valendo cerca de 830 bilhões de dólares, mais de R$ 4 trilhões, em outubro de 2020.
  • Agora, no entanto, a companhia está avaliada em menos de um quarto desse valor, pressionada pela fiscalização do governo chinês sobre empresas de comércio eletrônico e pela desaceleração da economia da China.
  • As informações são da Reuters.

Alibaba vai focar na IA

Nesta quinta-feira (16), o presidente do Grupo Alibaba, Joseph Tsai, afirmou que a empresa agora se concentraria no crescimento do negócio de nuvem e no fornecimento de investimento para seus drivers de inteligência artificial.

Alguns analistas disseram que manter a unidade de nuvem poderia impulsionar o setor de IA da companhia.

A empresa acredita que a proibição de chips pode afetar material e negativamente sua capacidade de oferecer produtos e serviços no longo prazo. Mas (isso) também aponta para a importância crescente de manter a unidade de nuvem, dada a crescente demanda por computação de IA na China.

Bo Pei, analista da US Tiger Research
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.