Uma das maiores concentrações de manchas solares registradas em mais de uma década está voltada para a Terra. O grupo já desencadeou uma série de erupções, ejetando plasma na nossa direção – o que promete semanas movimentadas para o planeta.

Emergindo no último sábado (18) sobre o “ombro” nordeste do Sol, a primeira mancha, AR3490, foi logo seguida pela AR3491, de acordo com a plataforma de meteorologia e climatologia espacial Spaceweather.com. Ainda segundo o site, cientistas previram essas chegadas através de “tremores heliossísmicos”, ondulações solares que afetam todo o astro.

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Com o passar dos dias, essas manchas solares se dividiram, gerando novas regiões ativas (AR3492, AR3495, AR3496 e AR3497). Essa aglomeração acabou formando um “arquipélago de manchas solares” gigante de mais de 200 mil km de diâmetro, segundo o portal EarthSky. Isso supera em 15 vezes o tamanho da Terra.

A intensidade dessas manchas já desencadeou ao menos 16 explosões solares de classe C (fracas) e três de classe M (moderadas) nos últimos quatro dias. Advertências de mais explosões, incluindo as de classe X, a mais poderosa, mantêm os especialistas em alerta para as próximas semanas.

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No X (antigo Twitter), o meteorologista e fotógrafo de auroras Chris Wicklund disse que esta é provavelmente a maior região de manchas solares que ele já viu até agora do atual ciclo solar. “Os próximos 14 dias podem ser muito interessantes”, escreveu.

O que pode acontecer com a Terra

Tais explosões têm potencial para criar ejeções de massa coronal (CMEs), enormes jatos de plasma contendo partículas carregadas, que podem impactar a Terra e resultar em tempestades geomagnéticas. 

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Esses eventos, de maneira geral, podem provocar interrupções em comunicações via rádio e espetáculos aurorais intensos. Casos mais extremos podem desestabilizar satélites na órbita da Terra e impactar até os astronautas nas estações espaciais (internacional e Tiangong).

Uma enorme região de manchas solares aparecendo sobre o “ombro” nordeste do sol. Crédito: NASA/SDO/HMI

Astrônomos também identificaram grandes cordões de plasma, chamados proeminências solares, surgindo dessas manchas. Alguns estendem-se a mais 64 mil km acima da superfície solar, podendo se descolar a qualquer momento. Quando isso acontece, abrem-se temporariamente gigantescos “cânions de fogo” no Sol.

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Máximo solar chega mais cedo e mais forte que o previsto

A atividade solar oscila em ciclos de cerca de 11 anos, e, atualmente, estamos no ciclo 25 (ou seja, o 25º desde que os cientistas começaram a observar essa dinâmica). 

Próximo ao pico de cada ciclo (Máximo Solar), o Sol fica mais “furioso”. Isso quer dizer que as erupções surgem em maior número e são mais violentas.

O Máximo Solar do ciclo atual era previsto para 2025, mas deve chegar mais cedo e ainda mais forte do que o estimado pelos cientistas em 2019. A previsão revisada agora coloca o pico de atividade do ciclo solar 25 entre janeiro e outubro de 2024, segundo um comunicado da NOAA. Além de se manifestar mais cedo e de maneira mais forte, o máximo solar vai durar mais tempo. Saiba mais aqui.