Uma captura de tela, feita no Google Earth, viralizou nas redes sociais nos últimos dias por mostrar a Terra de um ângulo incomum. Na imagem, postada pela página World of Engineering (“Mundo da Engenharia”, em tradução livre), a Terra parece uma espécie de planeta aquático.

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A vista não devia impressionar tanto – afinal, cerca de 71% da superfície da Terra é coberta por água. Daí o clássico atemporal “Planeta Água“, de Guilherme Arantes. Mas a captura surpreende por estarmos acostumados a ver imagens, ilustrações e representações da parte com muita massa terrestre.

‘Terra! Planeta Água’

Na captura de tela acima, dá para ver o Ponto Nemo no sul do Oceano Pacífico, considerado o local mais remoto do planeta. Quando os navios passam por ele, estão a 2.689 km da porção de terra mais próxima.

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Para você ter uma ideia, quando a Estação Espacial Internacional (ISS) passa por cima desta região, os humanos mais próximos dos marinheiros são os astronautas a bordo da estação. Isso porque eles estão a apenas 400 quilômetros acima das cabeças de quem estiver nos navios.

Devido ao seu isolamento e ao fato de as correntes de lá abrigarem poucos peixes e pescadores, a área se tornou um cemitério para espaçonaves antigas. Além de satélites antigos aposentados, a estação espacial russa Mir encontrou seu fim no fundo do oceano, nesta área particularmente aquosa do “Planeta Água”.

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Camada de água no núcleo da Terra

Um artigo publicado na revista Nature Geoscience relata uma pesquisa que pode, finalmente, desvendar a origem de uma fina camada rica em hidrogênio formada entre o manto e o núcleo externo da Terra, identificada há algumas décadas e até hoje sem explicação.

Uma equipe internacional de geocientistas, composta por pesquisadores da Escola de Exploração da Terra e do Espaço da Universidade do Estado do Arizona, EUA, e da Universidade Yonsei, na Coreia do Sul, revelou que a água da superfície da Terra pode penetrar profundamente, alterando a composição da região mais externa do núcleo de metal líquido e criando essa camada distinta.

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Segundo a pesquisa ao longo de bilhões de anos, a água superficial foi transportada para as profundezas da Terra por placas tectônicas subduzidas. Ao atingir a fronteira núcleo-manto, a cerca de 2,9 mil km de profundidade, essa água desencadeia uma profunda interação química, alterando a estrutura mais externa do núcleo.