Modo anônimo não garante sua privacidade nas lojas online; saiba o motivo

Mesmo usando o modo privado dos navegadores, as lojas online ainda conseguem rastrear e identificar quem está buscando por produtos
Por William Schendes, editado por Gabriel Sérvio 23/11/2023 17h15
Modo anônimo
(Imagem: Funstock / Shutterstock)
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O modo anônimo de navegadores é uma solução para usuários que desejam buscar produtos na internet sem o rastreamento de algoritmos que recomendarão dezenas de itens semelhantes após uma rápida pesquisa. No entanto, mesmo utilizando recursos como esse, as lojas ainda conseguem identificar quem é que está buscando por esses produtos — ou chegar bem perto disso.

É o que explicou Ken Carnesi, executivo-chefe e cofundador da DNSFilter, ao The Wall Street Journal. Mesmo que um usuário utilize o modo anônimo da Amazon, por exemplo, sem estar logado no site, a loja tem “99,9% de certeza de quem é você por causa da impressão digital que eles desenvolveram”.

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Algumas informações adicionais auxiliam a loja a identificar o usuário, como links de anúncios clicados, endereço de IP, CEP e configurações de preferência do dispositivo. Procurada pelo Wall Street Journal, um porta-voz da Amazon não quis responder sobre o tema.

Com esses dados, as empresas não conseguem identificar exatamente qual indivíduo está buscando por produtos ou serviços, mas sabem a origem da casa, sistema operacional, idioma e outros detalhes do dispositivo usado na busca. Mas, a partir dessas informações, fica mais fácil para as empresas associarem qual usuário está navegando.

É por isso que, mesmo quando você não estiver no modo privado mais tarde, se você não fechar a janela privada, ainda poderá ver roupões de banho sendo jogados em sua direção.

Ken Carnesi, executivo-chefe e cofundador da DNSFilter.

Para evitar esse rastreamento, Ken Carnesi deu algumas recomendações, como: usar um dispositivo público ou computador emprestado e um mecanismo de busca que não rastreia suas pesquisas ou cliques.

O especialista recomenda mecanismos como o do Brave, que “ao contrário de outros motores de busca”, os dados do usuário não são tratados como produto.

Jornalista em formação pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Mesmo com alguns assuntos negativos, gosta ficar atualizado e noticiar sobre diferentes temas da tecnologia.

Gabriel Sérvio é formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário Geraldo Di Biase e faz parte da redação do Olhar Digital desde 2020.