Ciência brasileira ficou 21% mais relevante no mundo desde 1996

O número de artigos científicos publicados no Brasil aumentou em nove vezes de 1996 a 2022, passando de 8,3 mil para 74,6 mil
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares 29/11/2023 10h33, atualizada em 01/12/2023 10h30
Mulher usando equipamentos em laboratório
(Imagem: Rovena Rosa/Agência Brasil)
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Um relatório da Agência Bori em parceria com a Elsevier aponta que a ciência brasileira está cada vez mais relevante mundialmente. O documento analisa o impacto acadêmico da produção científica do Brasil e destaca que, entre 1996 e 2022, ele cresceu 21%.

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Ciência brasileira mais relevante no mundo

Durante o período analisado, o número de artigos científicos publicados no Brasil aumentou em nove vezes, passando de 8,3 mil, em 1996, para 74,6 mil, em 2022. No ano passado, no entanto, houve uma queda de produção em comparação com 2021, quando 80,4 mil trabalhos foram publicados.

No levantamento, foi utilizada a ferramenta SciVal, que facilita a análise dos dados de 85 milhões de publicações científicas do mundo que estão na base de Scopus. SciVal e Scopus são da Elsevier.

Segundo definição da Bori, o impacto acadêmico é calculado a partir do número de vezes que um artigo científico é citado em comparação com outros da mesma área de conhecimento em determinado período de tempo.

Esse conceito pode ser analisado pelo indicador Field Weighted Citation Impact (FWCI), da Elsevier. O FWCI da ciência brasileira passou de 0,7, em 1996, para 0,85, em 2022. Dessa forma, o FWCI médio do Brasil foi de 0,85 no período.

É importante notar que, apesar do gigantesco aumento da produção científica, o Brasil tem conseguido manter a média de citações de seus trabalhos, aproximando-se cada vez mais da média mundial.

Estêvão Gamba, cientometrista e cientista de dados da Bori

O relatório ainda citou as instituições brasileiras que tiveram visibilidade científica acima da média mundial entre 2020 e 2022. A entrada na lista significa que os artigos publicados por seus pesquisadores estão entre os 10% mais citados mundialmente no período.

Em 1996, eram contabilizados 569 artigos de pesquisadores brasileiros no TOP 10%. Em 2022, esse número chegou a 5,4 mil.

O trabalho da Agência Bori considerou apenas países que, em 2021, publicaram mais de 10 mil artigos científicos. Entre as instituições brasileiras, só foram consideradas as 35 que publicaram mais de mil artigos nesse mesmo ano.

Mulher usando equipamentos em laboratório
(Imagem: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Instituições brasileiras com destaque científico

  1. Universidade de São Paulo (USP);
  2. Universidade Estadual de Campinas (Unicamp);
  3. Universidade Estadual Paulista (Unesp);
  4. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS);
  5. Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ);
  6. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG);
  7. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC);
  8. Universidade Federal de São Paulo (Unifesp);
  9. Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz);
  10. Universidade Federal de São Carlos (Ufscar);
  11. Universidade Federal do Paraná (UFPR);
  12. Universidade Federal de Santa Maria (UFSM);
  13. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa);
  14. Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN);
  15. Universidade de Brasília (UnB).
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.