Imagem: Deemerwha studio/Shutterstock
Os microplásticos já foram detectados em níveis alarmantes no meio ambiente e, inclusive, em órgãos humanos, sendo encontrados no sangue, cérebro, coração, pulmões, fezes e até mesmo em placentas, embora os impactos à saúde humana ainda não sejam totalmente conhecidos pela ciência. Agora, um novo estudo aponta que essas pequenas partículas podem provocar alterações ligadas à doença de Parkinson.
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No estudo, publicado na revista Science Advances, os pesquisadores induziram a exposição aos microplásticos. No entanto, uma pesquisa de 2019 já estimou que os humanos consomem entre 39 mil e 52 mil partículas por ano, dependendo da idade e do sexo.
A partir dos novos experimentos, os cientistas desenvolveram a ideia é de que os microplásticos possam ser considerados um fator ambiental para a progressão de doenças. Eles lembram que os casos de Parkinson estão aumentando em todo o mundo, o que pode estar ligado com a maior ingestão das partículas nos últimos anos.
Nosso estudo sugere que o surgimento de micro e microplásticos no ambiente pode representar um novo desafio de toxinas em relação ao risco e progressão da doença de Parkinson. Isso é especialmente preocupante dado o aumento previsto nas concentrações desses contaminantes em nossos suprimentos de água e alimentos.
Andrew West, professor da Universidade Duke e o principal autor do estudo
O estudo aponta que pequenas partículas de poliestireno, um tipo de plástico usado em materiais descartáveis, como pratos, talheres e copos, foram relacionados com o acúmulo de uma proteína conhecida como alfa-sinucleína. Isso ocorre dentro dos neurônios, causando problemas para o organismo.
Os cientistas explicam que o acúmulo dos microplásticos com a proteína dificulta a limpeza interna dos neurônios, o que é apontado como uma das causas do Parkinson. No entanto, mais estudos são necessários para entender melhor esses impactos.
Além disso, os pesquisadores esperam realizar testes em humanos em breve, uma vez que o experimento em questão foi feito com neurônios cultivados em laboratório e em camundongos que tinham uma doença semelhante ao Parkinson. As informações são da Universidade Duke.
Esta post foi modificado pela última vez em 28 de novembro de 2023 14:46