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El Niño freia PIB do Brasil e gera incertezas para 2024

O PIB do Brasil teve crescimento de 0,1% no terceiro trimestre de 2023. Apesar de quase representar uma estabilidade, o número, divulgado nesta terça-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), representa a terceira alta consecutiva no índice. Especialistas observam que o El Niño teve impactos nos resultados. Além disso, destacam que o fenômeno climático gera incertezas para 2024.

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Impactos do El Niño na economia brasileira

  • Sem os efeitos da supersafra que carregou o PIB brasileiro no primeiro semestre, o resultado confirma a expectativa de uma desaceleração da economia do país.
  • O Banco Mundial já havia apontado que essas seria uma das consequências do El Niño para a América Latina e Caribe.
  • Para 2024 e 2025, por exemplo, a instituição revisou para baixo a projeção de crescimento da economia e prevê que o Brasil irá crescer 1,3% e 2,2%, respectivamente.
  • Lembrando que boa parte do produto interno bruto do Brasil vem de commodities agrícolas, fortemente impactadas pelo fenômeno climático, que consiste no aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico.
  • No hemisfério sul do planeta, ele causa chuvas intensas e enchentes, prejudicando a produção de diferentes culturas.
  • As informações são do G1.
Boa parte do PIB do Brasil vem do agronegócio (Imagem: KarlosWest/Shutterstock)

Incertezas para a safra do ano que vem

Para a safra de 2024 o cenário é mais uma vez de incerteza. Isso porque os efeitos do El Niño devem continuar sendo sentidos de forma bastante intensa no próximo ano.

A SulAmérica, por exemplo, espera que o resultado do agronegócio brasileiro fique estável em relação a este ano. No entanto, uma possível quebra de safra não pode ser descartada e traria impactos importantes para a economia brasileira.

Neste sentido, a empresa SLC Agrícola informou que realizou uma alteração em sua área plantada para a safra 2023/24. Segundo a companhia, a alteração se deve aos impactos climáticos causados pelo fenômeno El Niño.

A SLC explicou que o cerrado brasileiro vem sofrendo com chuvas abaixo da média histórica e altas temperaturas. Essas condições climáticas foram inadequadas para o desenvolvimento da soja, principalmente no Oeste do Mato Grosso, região mais afetada pela seca.

Sendo assim, tendo em vista a otimização do potencial produtivo das culturas, será necessário realizar a descontinuação de 16 mil hectares de soja, com a transferência dessa área, inicialmente projetada para plantio de soja mais algodão, para unicamente o plantio de algodão em função do seu melhor potencial produtivo.

Além disso, devido ao replantio de 19 mil hectares de soja, a área de do milho da segunda safra sofrerá uma redução de 7,7 mil hectares em relação ao inicialmente projetado.

Esta post foi modificado pela última vez em 19 de abril de 2024 16:20

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Publicado por
Alessandro Di Lorenzo