Lago na Oceania é o lar de 5 milhões de animais de uma espécie única

As mudanças do nível do mar criaram um bolsão de água isolado do oceano, formando ecossistemas e cadeias alimentares incomuns no lago
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 05/12/2023 01h40
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Imagem: Ethan Daniels/Shutterstock
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Uma espécie de água-viva é encontrada apenas em um lugar do planeta. São milhões de animais vivendo em um lago em Palau, pequena ilha no meio do Oceano Pacífico. Esse fenômeno é resultado da mudança do nível do mar, que deixou um bolsão de água isolado do resto do oceano, criando ecossistemas e cadeias alimentares incomuns, incluindo um refúgio para esses cnidários.

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Águas-vivas douradas “reinam” no local

  • Os cientistas acreditam que o lago foi isolado do oceano há 12 mil anos.
  • O local está repleto de Mastigias papua etpisoni, espécie também conhecida como água-viva dourada.
  • Os animais sobrevivem em parceria com algas simbióticas que vivem em seus tecidos.
  • Coletivamente, esses dinoflagelados são conhecidos como zooxantelas, um termo usado para descrever microrganismos unicelulares que vivem dentro de uma variedade de invertebrados marinhos, incluindo mosponjas, corais, águas-vivas e nudibrânquios.
  • As informações são da IFLScience.

Vida está presente no lago

As águas-vivas não são os únicos animais encontrados no lago de água salgada. Diversos invertebrados marinhos são encontrados nas raízes emaranhadas de árvores de mangue nas bordas do lago. A região é também o lar de águas-vivas da lua, mas em menor quantidade se comparadas à população de águas-vivas dourada, que soma 5 milhões de animais.

Embora não haja predadores, essa espécie precisa garantir o recebimento de luz solar para a realização de fotossíntese. Por isso, as águas-vivas estão girando e nadando constantemente na superfície do lago.

Além disso, o lago conta com outra peculiaridade. A uma profundidade de 13 a 15 metros está localizada uma camada rosa de bactérias que a luz não consegue atravessar. Isso cria uma barreira também para o oxigênio, o que significa que a camada de água do fundo do lago é composta por gás sulfídrico dissolvido venenoso, explica a Coral Reef Research Foundation.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.