Governos estariam vigiando atividade online em smartphones a partir de notificações push, disse o senador dos Estados Unidos Ron Wyden nesta quarta-feira (06). Ele se manifestou em uma carta ao Departamento de Justiça do país, afirmando ainda que autoridades estrangeiras não nomeadas por ele estariam exigindo dados da Apple e do Google, responsáveis pelas notificações.

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Espionagem com as notificações push

  • As notificações push são aquelas que aparecem na tela para alertar usuários sobre mensagens recebidas, notícias ou atualizações em redes sociais.
  • Todas essas notificações passam pelos servidores do Google ou da Apple, a depender do sistema do smartphone, o que permite que as empresas tenham os dados de uso dos usuários.
  • De acordo com a Reuters, a acusação de Wayden é que isso as coloca a “em uma posição única para facilitar a vigilância governamental de como os usuários estão usando aplicativos específicos”.
  • Na carta, além de acusar governos (que também não foram nomeados por ele) de usarem os dados obtidos com as notificações para monitorar os usuários, o senador pediu que o Departamento revogasse ou alterasse as medidas que impedem discussões públicas sobre espionagem nesse setor.
Ilustração de hacker
(Imagem: Sergey Nivens/Shutterstock)

O que dizem a Apple e o Google

Ao jornal, a Apple afirmou que a carta do senador propiciou uma abertura para atualizar suas políticas de transparência relacionadas às notificações push. Isso porque, segundo a empresa, o governo federal havia a proibido de compartilhar informações sobre o destino desses dados.

Já o Google disse que compartilha com o “compromisso de Wyden em manter os usuários informados sobre essas solicitações” de compartilhamento.

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O Departamento de Justiça não retornou os pedidos da Reuters por comentários, nem respondeu se realmente teria impedido a Apple e o Google de falar sobre o assunto.

A carta do senador ainda disse que obteve as informações através de uma dica de uma fonte familiarizada, mas que preferiu não ser identificada ou nomear os governos estrangeiros envolvidos nos pedidos por compartilhamento dos dados. A fonte apenas os descreveu como “democracias aliadas aos Estados Unidos”, sem dizer a quanto tempo essa coleta vem acontecendo.