Brasileiros com esquema vacinal incompleto têm medo da Covid-19, diz pesquisa

De acordo com a pesquisa, o surgimento de novas variantes da Covid-19 é o principal medo relatado por 48% dos entrevistados
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 07/12/2023 15h34
iStock-1325414279
Worried family member or doctor in PPE or protective suit praying for coronavirus or covid-19 infected patient for recovery at hospital while patient breathing on ventilator oxygen mask
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Muitos brasileiros ainda resistem a completar o esquema vacinal contra a Covid-19, apesar dos apelos das autoridades de saúde. No entanto, a maioria deles admite ter medo de ainda se infectar com a doença. É o que revela a pesquisa “Covid-19 hoje: por que a população não vacinada ainda hesita em se proteger?”.

Leia mais

Medo de novas variantes

  • O levantamento ouviu 1.840 adultos, de 18 a 59 anos de idade, que tomaram até três doses das vacinas contra a doença.
  • De acordo com a pesquisa, o surgimento de novas variantes é o principal medo relatado pelos entrevistados: 48% das respostas.
  • As mulheres (28%) e os mais jovens, de 18 a 24 anos, (28%) são os têm maior temor.
  • O menor percentual está entre os mais velhos, de 45 a 59 anos (19%).
  • Ainda segundo o estudo, 20% dos entrevistados acreditam que o “pior já passou”, mas consideram que as vacinas podem proteger caso haja nova onda de Covid-19.
  • Somente 15% afirmam que a pandemia já terminou e que não têm medo de se contaminar.
  • As informações são da Agência Brasil.
covid
Covid-19 (Imagem: Nhemz / Shutterstock)

Motivos para não tomar as vacinas contra a Covid-19

O levantamento foi feito em 106 cidades brasileiras, com recortes no Pará, na Bahia, em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Santa Catarina e no Distrito Federal, e foi coordenado pelo Instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec) a pedido da Pfizer. Foram ouvidas apenas pessoas que não completaram o esquema vacinal contra a Covid-19 até o momento, ou seja, não tomaram todas as doses recomendadas para sua faixa etária.

Para o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e professor na Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Alexandre Naime Barbosa, a preocupação em relação às variantes do SARS-CoV2 é legítima. Isso se explica porque o vírus tem o potencial de sofrer mutações com alta frequência, o que geralmente acontece quando é transmitido de uma pessoa para outra, dando origem a uma variante do vírus original.

A pesquisa revela que mesmo quem não está com o esquema vacinal completo acredita que as vacinas contra a Covid-19 são importantes para proteger os adultos (86%) e as crianças (82%). Somente 7% das pessoas não confiam nos imunizantes,.

Um eventual retorno da pandemia ou aumento de casos constituiria o principal fator para levar os adultos a completar a carteira vacinal (25% das respostas), seguido do tempo disponível (14%) e da obrigatoriedade (11%). Confiança na eficácia ou segurança das vacinas aparece em quarto lugar, junto com dificuldade de acesso (7% cada). Por outro lado, 20% garantem que nada os levaria a completar o esquema vacinal.

Entretanto, 72% dos entrevistados disseram que vão se vacinar imediatamente, caso surja nova onda da doença. De acordo com a pesquisa, 45% das pessoas com esquema vacinal incompleto têm consciência de que não estão totalmente protegidas. Ainda, 32% afirmam não ter conseguido tomar todas as doses e 13% explicaram que, “como a pandemia acabou”, deixaram de se preocupar com isso.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.