Os Estados Unidos, Reino Unido e Austrália assinaram recentemente um acordo para o desenvolvimento de um sistema de radares que irá monitorar o que acontece na órbita geoestacionária da Terra. O objetivo é construir tecnologias capazes de identificar ameaças emergentes no espaço.

O anúncio da parceria foi feito no dia 1º de dezembro e faz parte do crescente foco da Força Espacial dos Estados Unidos na sua capacidade de identificar, rastrear e vigiar os vários objetos em órbita ao redor da Terra, conhecido como consciência de domínio espacial. 

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À medida que o domínio espacial evolui rapidamente, devemos continuar a tomar medidas deliberadas para garantir a nossa capacidade colectiva de operar com segurança, e as nossas nações estão numa posição única para fornecer essa capacidade numa escala global.

General Chance Saltzman, Chefe de Operações Espaciais dos EUA, em declaração anunciando o novo sistema

O sistema é conhecido como Deep Space Advanced Radar Capability (DARC) e irá monitorar satélites e espaçonaves posicionados exatamente a 35.786 quilômetros de altura, na órbita geossíncrona. Nela, os satélites sobrevoam sempre a mesma região do globo, sincronizando sua órbita com o movimento da Terra em torno de si mesma. Os radares do DARC devem conseguir realizar uma cobertura 24 horas dessas ameaças espaciais, e em qualquer condição meteorológica.

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DARC e tensões militares

O primeiro dos três sítios de radares será instalado na Austrália e deverá ficar online até 2026, e os outros dois, nos EUA e no Reino Unido, até 2030, tendo um custo total de 1 milhão de dólares, de acordo com comunicado da Força Espacial dos EUA. 

A escolha da Austrália como o primeiro país do acordo a receber o DARC é devido às crescentes tensões militares nos oceanos Pacifico e Índico, devido à presença militar chinesa na região. Além disso, a China detém atualmente quase metade dos satélites espiões de inteligência, vigilância e reconhecimento do mundo.

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Assim, o DARC poderá ficar de olho em atividades suspeitas e de acordo com o tenente-general australiano John Frewen, chefe de capacidades conjuntas, dissuadir outras nações de realizar atividades que vão contra os interesses da Austrália e dos outros países membros do acordo.