Imagem: Ana Figueiredo via DALL-E/Olhar Digital
Em meio à guerra tecnológica que já se estabeleceu entre Estados Unidos e China, os semicondutores, nos últimos anos, tornaram-se um ponto focal nos esforços americanos para conter o avanço tecnológico chinês. Agora, o governo americano volta sua atenção para mais um setor em alta tecnológica, onde a China está fazendo grandes avanços: as baterias para veículos elétricos.
No início deste mês, os Departamentos do Tesouro e de Energia dos EUA propuseram regras que limitariam os compradores de veículos elétricos a reivindicarem créditos fiscais se os carros contiverem materiais de bateria provenientes da China e de outros países considerados “hostis” aos EUA.
Sob a lei climática do Presidente Joe Biden, aprovada no ano passado, os consumidores têm direito a subsídios de até US$ 7.500 para a compra de veículos elétricos fabricados nos EUA, usando principalmente materiais domésticos.
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Em resposta, o Ministério do Comércio da China contra-atacou na semana passada, afirmando que as regras dos EUA “discriminam as empresas chinesas e violam as regras da OM”. A exclusão de fornecedores chineses dos benefícios fiscais dos EUA é uma “política e prática típica não orientada para o mercado”, afirmou o ministério.
Essas regras, que visam reduzir a dependência dos EUA das cadeias de suprimentos chinesas em uma nova era de desvinculação, provavelmente prejudicarão os esforços de Biden para impulsionar as vendas de elétricos, como parte do plano do Presidente para reduzir as emissões de gases de efeito estufa pela metade até 2030.
Além disso, está em jogo o objetivo dos EUA de conter a dominação da China em um setor em rápido crescimento impulsionado pela transição dos países para veículos elétricos. CATL e BYD, dois dos maiores fabricantes de baterias da China, juntos responderam por cerca de 53% do uso mundial de baterias de veículos elétricos nos primeiros dez meses deste ano, de acordo com dados da SNE Research.
No terceiro trimestre deste ano, a China é o maior mercado de veículos elétricos do mundo, com uma participação de 58%, seguida pelos EUA e Alemanha, segundo a empresa de pesquisa Counterpoint.
Esta post foi modificado pela última vez em 11 de dezembro de 2023 15:33