Relíquias misteriosas da Idade da Pedra são encontradas no fundo do mar na Itália

Uma das relíquias é feita de obsidiana, possui marcas de ação humana e acredita-se que estivesse em um navio da era neolítica que naufragou
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 12/12/2023 10h15
reliquia-1.png
Imagem: Superintendência da Área Metropolitana de Nápoles
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Uma descoberta recente intriga os historiadores. Artefatos antigos esculpidos em vidro vulcânico foram encontrados na costa da Itália. Os materiais estavam no fundo do mar e acredita-se que tenham chegado até lá após um naufrágio durante a Idade da Pedra, entre 8 mil e 5 mil anos atrás.

Leia mais

Materiais estavam espalhados no fundo do mar

  • A descoberta foi feita perto da Gruta Branca de Capri, uma ilha no Golfo de Nápoles.
  • Os objetos foram recuperados no final de novembro deste ano pelo Departamento de Polícia de Nápoles e arqueólogos.
  • Eles perceberam que os artefatos estavam espalhados por uma área muito maior do que se pensava anteriormente.
  • As informações são do IFLScience.
Um dos materiais encontrados é feito obsidiana (Imagem: Superintendência da Área Metropolitana de Nápoles)

Busca por embarcação perdida da Idade da Pedra

Uma das relíquias localizadas chamou a atenção dos especialistas por ser feita de obsidiana, um vidro vulcânico formado quando a lava é resfriada rapidamente.

Devido às suas propriedades duras e quebradiças, esse material era frequentemente usado para criar ferramentas afiadas, como facas, machados e pontas de flecha. A obsidiana foi amplamente comercializada através do Mediterrâneo e Oriente Próximo durante o período Neolítico.

O objeto foi encontrado a uma profundidade de 30 a 40 metros. Ele pesa 8 quilos e mede 28 centímetros de comprimento, além de possuir marcas de corte feitas por humanos. A principal hipótese é que estivesse sendo transportado por um navio da era neolítica que acabou naufragando na região.

Os pesquisadores agora querem entender o que, de fato, é essa relíquia e para onde ela estava sendo transportada. Também esperam encontrar vestígios da embarcação, o que seria um feito inédito para a ciência.

Os restos de um casco neolítico em águas mediterrâneas nunca foram encontrados até hoje. Há casos de barcos neolíticos encontrados no continente europeu ou em água doce, lagos e rios. Mas o Mar Mediterrâneo tem uma temperatura e salinidade agradáveis para o molusco comedor de madeira, Teredo navalis. Assim, navios de madeira de todas as idades, quando afundam no Mediterrâneo, são presas desses moluscos.

Sandro Barucci, pesquisador que escreveu livros sobre navegação antiga
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.