Observar a passagem de meteoros no céu pode ser impressionante. Apesar de ser mais comum que as estrelas cadentes geralmente não tenham uma cor identificável, às vezes é possível ver flashes coloridos riscando o céu e isso pode dizer aos cientistas um pouco da química da poeira que originou esse evento.

Os meteoros são causados pela entrada de poeira, ou às vezes alguma coisa maior, na atmosfera da Terra. Devido à velocidade com que adentram, muito atrito é criado, liberando uma enorme quantidade de luz que chega a ser desproporcional ao tamanho do material envolvido.

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As cores podem ser explicadas por um experimento inventado por Robert Bunsen, o teste de chamas. Nele é possível identificar a presença de íons metálicos em um material ao colocar uma amostra dele na chama. Quando isso acontece, os elétrons recebem muita energia e saltam para um estado superior, ao recuar, a energia é liberada na forma de luz em um comprimento de onda específico do elemento, o que vemos como uma cor específica.

No teste de chamas é possível determinar a presença de determinados elementos a partir da cor do fogo. O lítio, por exemplo, emite uma luz avermelhada
No teste de chamas é possível determinar a presença de determinados elementos a partir da cor do fogo. O lítio, por exemplo, emite uma luz avermelhada (Crédito: Noiel/ shutterstock)

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Meteoros coloridos

As partículas de poeira que formam os meteoros raramente são puras, no entanto, se um elemento for predominante, ao adentrar na atmosfera uma tonalidade específica dele pode ser observada, assim como no teste de chamas.

  • A presença de ferro nas partículas de poeira pode dar um brilho amarelo aos meteoros;
  • O sódio produz um brilho amarelo-alaranjado que pode ser difícil de distinguir do ferro;
  • O cálcio no teste de chamas emite luz vermelho-alaranjada, mas nos meteoros ele é sinalizado por uma coloração violeta, devido à presença Ca+ ionizado de acordo com a NASA;
  • O mesmo acontece com o magnésio, que nos meteoros possui coloração azul-esverdeada e no bico de Bunsen sua chama é branca.

Apesar das cores estarem associadas à química dos meteoros, nem sempre ela está envolvida. Ao adentrar na atmosfera, o atrito também aquece o ar ao redor, que pode brilhar em vermelho devido a ele ser predominantemente formado por oxigênio e nitrogênio.

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O que determina se a luz observada vai ser vermelha ou correspondente a química do meteoro é a velocidade com que ele adentra a atmosfera. Quando a velocidade é maior, é provável que a luz produzida pela poeira seja predominante, quando menor, o vermelho atmosférico se sobressai.

Chuva de meteoros Geminídeas
Chuva de meteoros Geminídeas. Crédito: Liang Li Photos – Shutterstock

Observar meteoros coloridos pode não ter tanto interesse científico quando sozinho. No entanto, durante chuvas de meteoros, quase toda a poeira responsável pelo evento é oriunda do material deixado por algum cometa que passou pela Terra. Assim, se forem coloridos, eles podem permitir que os pesquisadores aprendam sobre a química do cometa sem enviar uma espaçonave para observá-lo.

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A chuva de meteoros Geminídeos, por exemplo, que acontece nos próximos dias, é conhecida por poder ter uma coloração azul-esverdeada distinta, resultado da presença de níquel e magnésio na poeira. Assim, os cientistas podem ter uma ideia da composição do objeto que a causou, o asteroide 3200 Faetonte.