O Instituto Butantan enviou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) um pedido de registro definitivo para uso no Brasil da vacina contra a chikungunya. O imunizante foi desenvolvido pela entidade em parceria com a farmacêutica franco-austríaca Valneva e se mostrou seguro e eficaz.

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Testes apontaram uma grande produção de anticorpos

A pesquisa e produção da vacina de vírus atenuado da chikungunya é resultado de um acordo de transferência de tecnologia firmado pelo Butantan com a Valneva em 2020. Se a Anvisa autorizar seu uso no Brasil, ela poderá futuramente ser disponibilizada à população após discussão com autoridades de Saúde por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). 

De acordo com o Butantan, ensaios clínicos de fase 3, realizados em voluntários adolescentes no Brasil, comprovaram que o imunizante é seguro e eficaz, induzindo a produção de anticorpos em 98,8% dos casos para quem nunca teve contato com a doença. Já para pacientes que tinham histórico de infecção prévia, a eficácia foi de 100%. 

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Os resultados dos nossos ensaios clínicos foram muito positivos. Isso nos deu segurança para entrarmos com o pedido de registro junto à Anvisa. Assim, damos mais um passo para disponibilizar esse importante imunizante para a população.

Esper Kallás, diretor do Instituto Butantan

Os estudos também foram realizados nos Estados Unidos. No país, a vacina foi aprovada para uso em novembro deste ano pela Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora norte-americana.

Aqui no Brasil, o pedido de registro definitivo do imunizante será analisado pela Anvisa de forma conjunta com a European Medicines Agency (EMA), agência reguladora da União Europeia (UE). Essa parceria é inédita e faz parte da iniciativa OPEN (Opening Procedures at EMA to Non-EU Authorities), por meio da qual autoridades regulatórias parceiras podem avaliar o uso de um imunobiológico em paralelo à EMA, compartilhando informações com a agência europeia.

A chikungunya é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti (Imagem: Vinicius R. Souza/Shutterstock)

Chikungunya

  • De acordo com Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, até o início de setembro foram confirmadas 82 mortes por chikungunya no Brasil, com uma taxa de letalidade de 0,06%.
  • O número de notificações de casos prováveis foi de 143 mil, com incidência de 67,4 casos a cada 100 mil habitantes.  
  • A chikungunya é uma doença viral transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus.
  • Alguns casos podem ser assintomáticos e outros podem causar febre acima de 38,5°C e dores intensas nas articulações de pés e mãos, além de dor de cabeça, dor muscular e manchas vermelhas na pele.
  • Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o vírus chikungunya já foi identificado em 110 países na Ásia, África, Europa e nas Américas.
  • Ainda não existe tratamento específico para a infecção e a principal forma de prevenção é o controle dos vetores, assim como no caso da dengue.
  • Isso inclui esvaziar e limpar frequentemente recipientes com água parada, como vasos de plantas, baldes, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção, e descartar adequadamente o lixo.
  • As informações são do Instituto Butantan.