A cratera de Bagatay possui o permafrost mais antigo da Sibéria (Credito: Moscow State University)
Um novo estudo divulgado na revista Frontiers in Earth Science alerta para a possibilidade de grandes quantidades de metano serem liberadas na atmosfera a partir do derretimento de permafrosts. De acordo com o grupo de pesquisadores envolvido no trabalho, isso aceleraria o processo do aquecimento global.
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A região de Svalbard, um arquipélago antártico de domínio norueguês, é repleta de poços profundos feitos por companhias que buscavam fontes de combustíveis fósseis, porque o tipo de rocha sob o permafrost é propício para esse tipo de exploração. O que o monitoramento desses poços mostra é que, ao longo do tempo, existem variações na pressão e no influxo de gases, o que sugere que essas substâncias estão se acumulando e se deslocando sob o gelo.
Um exemplo anedótico vem de um poço que foi perfurado recentemente perto do aeroporto de Longyearbyen. Os perfuradores ouviram um som borbulhante vindo do poço, então decidimos dar uma olhada, portando alarmes rudimentares projetados para detectar níveis explosivos de metano – que foram imediatamente acionados quando os seguramos sobre o poço.
Thomas Birchall, pesquisador do Centro Universitário de Svalbard e autor principal do artigo
Por enquanto, explicam os pesquisadores, o gelo está retendo esses gases, sem que eles possam afetar a composição atmosférica. No entanto, à medida que o permafrost derreter ou se tornar mais permeável, o metano será liberado em grandes quantidades. Esse processo irá aumentar a temperatura do planeta, promovendo mais derretimento e mais liberação de gases.
De acordo com os autores, a formação geológica e o processo de glaciação nesse local é muito semelhante ao observado no resto do Ártico. Por isso, é seguro dizer que esses acumulados de metano estão presentes em toda a região, representando uma grande ameaça futura ao planeta.
Esta post foi modificado pela última vez em 14 de dezembro de 2023 21:30