SP: bebê picado por jararaca deixa a UTI após 17 dias

Em 2022, o Brasil registrou 1.638 casos de acidentes com cobras em crianças de 1 a 9 anos, segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS).
Por Bob Furuya, editado por Bruno Capozzi 20/12/2023 15h15
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Imagem: Comunicação/Instituto Butantan
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A série de ondas de calor que estamos vivenciando no Brasil não modifica apenas a nossa rotina e a nossa relação com o meio ambiente. Os animais também sofrem com as mudanças, por vezes mudando até certos comportamentos.

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Você, por exemplo, deve estar sofrendo um pouco mais com os pernilongos na hora de dormir. Se tem um pet em casa, já deve ter percebido ele um pouco mais cansado, largado no chão por aí. Pessoas também relataram o aparecimento de animais silvestres em locais onde não costumavam aparecer.

Nesse contexto, o Instituto Butantan, órgão ligado ao governo do Estado de São Paulo e referência na produção de vacinas, destacou hoje a importância dos soros antiofídicos.

Soro salvou bebê de 1 ano e 10 meses

O Butantan contou a história do menino Heitor, que, em maio do ano passado, tinha 1 ano e 10 meses. Certa noite, os pais dele, Priscila e Wilson, encontraram a criança chorando e com o braço roxo e inchado.

Não sabiam bem o que era e o levaram ao Pronto-Socorro de Santana de Parnaíba. Os médicos desconfiaram que podia ser picada de algum bicho.

O bebê foi, então, encaminhado ao Hospital Sabará, em São Paulo, que entrou em contato com o Hospital Vital Brazil, especializado no tratamento de pessoas picadas por animais peçonhentos.

As fotos da lesão e os sintomas deixaram claro: Heitor havia sido picado por uma jararaca. Os profissionais administraram o soro antibotrópico e o bebê sobreviveu, após 17 dias internado.

Imagem: Comunicação/Instituto Butantan

Esse tipo de acidente é mais comum do que parece. Em 2022, o Brasil registrou 1.638 casos de acidentes com cobras em crianças de 1 a 9 anos. Nos menores de 1 ano, foram 290, segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS).

A gravidade do caso depende da quantidade de veneno e do tempo entre a picada e a aplicação do soro.

As complicações aumentam em pacientes que demoram mais de 6 horas para receber o tratamento e, em alguns casos, o envenenamento pode ser fatal.

O que fazer ao encontrar um animal silvestre

O procedimento a seguir é o recomendado pelo governo do Estado de São Paulo:

  • Em primeiro lugar, ligue para a Polícia Ambiental, o Centro de Controle de Zoonoses do seu município, o Corpo de Bombeiros ou a Secretaria Municipal de Saúde – estes órgãos sabem como proceder garantindo a segurança de todos (tanto da pessoa que encontra quanto do animal em questão).
  • Os órgãos responsáveis vão decidir se devem fazer a soltura em um local apropriado ou trazer ao Instituto Butantan (o instituto em si não retira os animais nos lugares onde foram encontrados).
  • IMPORTANTE! Não é recomendável tentar capturar o bicho, já que isso pode provocar acidentes por envenenamento, por exemplo.
  • Vale ressaltar que é obrigatório ter autorização para capturar e transportar animais silvestres. Por isso, a conduta adequada é sempre solicitar ajuda a um órgão público do município que trabalhe no controle de endemias.
  • Após chegarem ao instituto, os bichos são cadastrados e encaminhados para o destino apropriado, que pode ser um laboratório, museu ou biotério.

Mais informações no site do Instituto Butantan.

Bob Furuya
Colaboração para o Olhar Digital

Roberto (Bob) Furuya é formado em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atua na área desde 2010. Passou pelas redações da Jovem Pan e da BandNews FM.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.