Como água-viva “recria” tentáculos perdidos? Estudo responde

Pesquisadores japoneses descobriram como funciona o processo de regeneração de tentáculos perdidos de água-viva
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 27/12/2023 04h40
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Imagem: Skyflakes/Shutterstock
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A natureza é fascinante e uma pequena espécie de água-viva é um exemplo disso. A Cladonema (Cladonema pacificum) é capaz de regenerar um tentáculo perdido em apenas dois dias. Esse “poder” sempre intrigou os cientistas, mas agora pesquisadores japoneses descobriram como o processo acontece.

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Processos de regeneração no mundo animal

  • Muitas espécies conseguem regenerar um tecido perdido.
  • É o caso das salamandras, dos corais, das anêmonas-do-mar e de diversos tipos de insetos. 
  • Para isso, eles criam um blastema, que consiste em um aglomerado de células que podem não só reparar os machucados, como também crescer nas extremidades perdidas.
  • No entanto, as águas-vivas contam com um sistema de regeneração mais sofisticado e também desconhecido pela ciência até agora.
  • As informações são do UOL.
Água-viva pode regenerar tentáculo perdido em apenas dois dias (Imagem: Minakryn Ruslan/Shutterstock)

O segredo da água-viva

Segundo o estudo publicado na revista PLOS Biology, as células proliferativas da Cladonema são específicas para o reparo. Elas contribuem para formar a fina camada externa, chamada de epitélio, do novo membro.

Além disso, cada tentáculo possui células-tronco de verdade, que residem nas extremidades e são responsáveis por gerar todas os tipos de células necessárias durante a regeneração. Dessa forma, mantêm e consertam os problemas do animal durante toda sua vida.

Já as células proliferativas específicas para reparo aparecem apenas no momento da lesão. Juntas, elas permitem a regeneração rápida do tentáculo, o que acontece em dois dias.

De acordo com os pesquisadores, o objetivo do estudo era compreender como animais sem simetria bilateral, como a água-viva, formavam o blastema. Neles, não há formação de lados direto e esquerdo durante o desenvolvimento embrionário. 

Já animais como a salandra, por exemplo, têm simetria bileteral. Para regenerar os membros, elas possuem células-tronco restritas às necessidades de tipos celulares específicos.

A conclusão da equipe envolvida na pesquisa é que o mecanismo de ação é parecido. Além disso, as descobertas são importantes para compreender melhor a evolução dos animais.

Podemos presumir que a formação do blastema por meio dessas células é uma característica comum adquirida independentemente para a regeneração de órgãos complexos e apêndices durante a evolução animal.

Sosuke Fujita, autor do estudo
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.