O Brasil tem sido palco de avanços contínuos nas tecnologias de conexão sem fio. A evolução do Wi-Fi está promovendo mudanças na maneira como acessamos a internet, e o Wi-Fi 6, que tem ganhado popularidade, tem revolucionado a forma como as pessoas se conectam.

No entanto, enquanto discutimos essas transformações e a próxima geração de padrões wireless, vale notar que apesar do desenvolvimento de produtos TP-Link, líder global em soluções de conectividade, no lançamento desta tecnologia, o novo padrão de Wi-Fi não está estruturado em nenhum país do mundo.

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O Wi-Fi 7, tecnologia 802.11be, que representa um passo adiante na evolução das redes sem fio, está sendo aguardado com grande expectativa devido à sua promessa de velocidades de até 46 Gb/s, ou seja, transmissão ultra rápidas e com maior eficiência direcionado para ambientes que demandam alta performance, como setores de eventos e entretenimento, bem como o público gamer em geral, e locais de grande aglomeração, como shopping e aeroportos, e também grandes indústrias.

Porém, sua aquisição em larga escala requer um processo gradual e a adaptação da infraestrutura existente que requer colaboração entre os setores público e privado. Isso envolve medidas como a redução das restrições comerciais e uma regulamentação adequada.

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Ayrton Neves, diretor de Canais da TP-Link explica que:

Imagine que em uma orquestra cada músico representa um canal de transmissão de dados, em versões anteriores do Wi-Fi, tínhamos menos músicos e instrumentos, então só podíamos tocar uma quantidade limitada de notas ao mesmo tempo. No Wi-Fi 7, com mais músicos e instrumentos, podemos tocar mais notas ao mesmo tempo, e cada músico é capaz de tocar notas mais rapidamente e com maior complexidade.

Ayrton Neves, diretor de Canais da TP-Link

A capacidade de gerenciar múltiplos dispositivos de forma eficaz promete revolucionar a conectividade em ambientes onde a demanda por largura de banda é intensa. À medida que a infraestrutura se adapta, é provável que o Wi-Fi 7 gradualmente encontre espaço em residências e ambientes domésticos, mas o maior destaque e benefícios será voltado para a indústria.

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Wi-Fi 6 e suas vantagens

O Wi-Fi 6 também representa um avanço notável em comparação às versões anteriores, incluindo o Wi-Fi 5. A tecnologia permite uma experiência aprimorada para as famílias brasileiras, que podem desfrutar de uma conectividade mais estável e eficaz ao utilizar múltiplos dispositivos simultaneamente, sem as quedas de desempenho que costumavam ser comuns em versões anteriores.

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Essa evolução tem o potencial de transformar a maneira como as pessoas vivenciam a conectividade em suas casas, oferecendo uma experiência mais rápida e eficiente. No entanto, quando se trata do Wi-Fi 7, Ayrton esclarece:

Embora o Wi-Fi 7 prometa velocidades ainda mais impressionantes e uma capacidade de resposta praticamente instantânea, devemos ser realistas quanto aos prazos. As infraestruturas de rede do país, regulamentações e o ciclo de atualização dos dispositivos implicam que a implementação do Wi-Fi 7 no Brasil não será uma realidade a curto prazo. Este processo é complexo e pode se estender por alguns anos.

Ayrton Neves, diretor de Canais da TP-Link

O diretor da TP-Link ressalta a importância de construir uma base sólida com o Wi-Fi 6 antes de olhar para o futuro “Focar no Wi-Fi 6 agora é essencial para garantir que o país esteja pronto para a próxima geração.”

Funcionalidades do Wi-Fi 6

OFDMA (Orthogonal Frequency-Division Multiple Access):

Uma tecnologia-chave no Wi-Fi 6, o OFDMA permite que um canal seja eficientemente usado por múltiplos dispositivos ao mesmo tempo. Imagine uma rodovia, enquanto versões anteriores do Wi-Fi permitiam apenas um “carro” (dispositivo) por faixa de cada vez, criando congestionamentos, o OFDMA divide essa rodovia em várias faixas menores. Isso permite que vários carros (dispositivos) viagem ao mesmo tempo em suas próprias faixas melhorando a velocidade e diminuindo a latência.

Target Wake Time (TWT):

Essa funcionalidade ajuda a melhorar a eficiência energética dos dispositivos. Funciona como um despertador inteligente, nas versões anteriores de Wi-Fi, os dispositivos como smartphone ou tablet precisavam “acordar” regularmente para verificar se havia dados para receber ou enviar, o que consumia energia constantemente.

Com o TWT do Wi-Fi 6, cada dispositivo pode agendar um horário específico para despertar e comunicar-se com o roteador. Isso significa que os dispositivos podem “dormir” por períodos mais longos quando não estão ativamente usando a rede, economizando energia, diminuindo o consumo e prolongando a vida útil da bateria, sendo particularmente útil para dispositivos de Internet das Coisas (IoT) e dispositivos móveis que operam com bateria.

MU-MIMO em Uplink e Downlink:

Tradicionalmente, os roteadores Wi-Fi podiam se comunicar com apenas um dispositivo por vez, mesmo que a troca de dados fosse rápida o suficiente para parecer simultânea. MU-MIMO muda isso permitindo que o roteador se comunique com vários dispositivos ao mesmo tempo. Utilizando a sigla “Multiple User, Multiple-Input, Multiple-Output”, a função aumenta a eficiência e velocidade da rede, reduzindo o tempo de espera para cada dispositivo.

Enquanto o Wi-Fi 5 também suporta MU-MIMO, ele o faz apenas para downlink (do roteador para os dispositivos). O Wi-Fi 6 expande isso para incluir também uplink (dos dispositivos para o roteador), permitindo comunicações simultâneas bidirecionais e upload mais rápidos.

BSS Coloring:

Esta característica ajuda a reduzir a interferência em ambientes onde muitas redes Wi-Fi operam próximas umas das outras. Pense nisso como atribuir uma “cor” digital única a cada rede Wi-Fi, tornando mais fácil para os dispositivos identificarem e se conectarem à sua própria rede, sem serem confundidos ou perturbados pelos sinais das redes vizinhas. Isso melhora a eficiência da rede e a qualidade da conexão em locais muito povoados por redes Wi-Fi, como prédios de apartamentos ou escritórios.

Ou seja, embora o Wi-Fi 5 também seja eficiente, o Wi-Fi 6 foi especialmente projetado para funcionar melhor em ambientes com muitos dispositivos conectados, oferecendo maior capacidade e eficiência, principalmente no atual momento de expansão tecnológica.

De acordo com o FGVcia (Centro de Tecnologia de Informação Aplicada), são 464 milhões de dispositivos digitais (computador, notebook, tablet e smartphone) em uso no Brasil, que exigem roteadores e aparelhos que oferecem conectividade em alto nível.