Diabetes: medicamento pode restaurar produção de insulina pelo corpo, diz estudo

O uso do medicamento baricitinibe retardou a progressão do diabetes, preservando a capacidade do corpo de produzir insulina
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares 29/12/2023 10h41, atualizada em 06/08/2025 09h01
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Imagem: TesaPhotography (Pixabay)
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Pesquisadores descobriram que um medicamento usado para tratar a artrite reumatoide também pode retardar a progressão do diabetes tipo 1. De acordo com um ensaio clínico publicado na revista New England Journal of Medicine, o baricitinibe retardou a progressão da doença em pacientes recém-diagnosticados, preservando a capacidade do corpo de produzir insulina.

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Diabetes tipo 1

  • Semelhante à artrite reumatoide, o diabetes tipo 1 é uma condição autoimune.
  • Nos pacientes com a doença, as células imunológicas do corpo destroem as células beta produtoras de insulina no pâncreas.
  • A deficiência de insulina resultante significa que as células não podem remover a glicose da corrente sanguínea, fazendo com que o açúcar no sangue.
  • O tratamento do diabetes tipo 1 requer injeções diárias de insulina.
  • As informações são da Live Science.
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Diabetes (Imagem: Freepik)

Medicamento é seguro e reduziu necessidade de insulina externa

Os pesquisadores realizaram testes com 91 pacientes com idades entre 10 e 30 anos que haviam sido diagnosticados com diabetes tipo 1 menos de 100 dias antes do início do estudo. O período de tempo foi escolhido porque nesta fase o corpo das pessoas ainda produz um pouco de insulina.

Destes, 60 pacientes receberam 4 miligramas de baricitinibe uma vez por dia, enquanto os 31 restantes tomaram uma pílula placebo. Ambos os grupos foram tratados por 11 meses.

Durante todo o período, os pesquisadores não observaram eventos colaterais indesejados ligados ao medicamento, o que sugere que a droga é segura para pessoas com diabetes.

Ao final do experimento, os pacientes foram submetidos a um exame de sangue. As pessoas tratadas com baricitinibe apresentaram níveis mais elevados de peptídeo C, um indicador dos níveis de insulina, do que os tratados com placebo.

No total, três pacientes que fizeram uso do medicamento não precisaram de insulina externa, enquanto outros do grupo conseguiram diminuir suas doses, exigindo quantidades menores ao longo do tempo. Enquanto isso, o grupo que não recebeu a droga teve suas necessidades de insulina injetada aumentadas lentamente.

Os pesquisadores afirmam que os resultados indicam que o uso de baricitinibe imediatamente após o diagnóstico de diabetes ou em pacientes pré-sintomáticos identificados por triagem pode ser ainda mais eficaz. No entanto, admitem que são necessários novos estudos.

Além disso, ao contrário de um medicamento aprovado no ano passado para prevenir a progressão do diabetes tipo 1, que é administrado durante um período de tempo previamente estabelecido, o baricitinibe provavelmente precisaria ser tomado continuamente para continuar funcionando.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.