Golpes usando biometria são mais comuns em apps de mobilidade e em SP; veja

Tentativas de fraudes envolvendo biometria cresceram no último trimestre; São Paulo foi o estado com mais ocorrências
Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Ronnie Mancuzo 02/01/2024 01h00
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(Imagem: Vitória Lopes Gomez/Olhar Digital/DALL-E)
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A biometria chegou para facilitar a vida, tornando o processo de reconhecimento do usuário mais fácil e rápido. Agora, um levantamento da CAF, uma empresa especializada em identidade digital, revela que golpes usando essa modalidade estão se tornando mais comuns e a maioria deles ocorre em apps de mobilidade urbana, como Uber, 99 e outros do setor. São Paulo foi o estado que mais registrou casos de fraudes, sendo sozinho quase um terço do total.

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Golpes e fraudes em apps de mobilidade

  • A pesquisa faz parte do Mapa de Identidade e da Fraude realizada pela CAF e analisou ocorrências de fraudes e golpes entre julho e setembro, em comparação com o trimestre anterior.
  • Os dados mostram que 77% dos golpes nesse período aconteceram usando biometria, o maior registro já feito pela empresa.
  • Desse total, 93% das tentativas de fraudes usando biometria foram no setor de mobilidade, que compreende aplicativos de transporte e corrida, como Uber e 99.
  • Ainda, o setor de transporte urbano e entrega de comidas e bebidas teve um aumento de 19% nas tentativas de golpes usando biometria.
  • O relatório mostra que essas tentativas acontecem com mais frequência nos dias úteis, de segunda a sexta-feira, sendo quinta-feira o dia com mais ocorrência (20% dos casos do trimestre). O horário mais comum foi às 4h (3,57%).
  • Fraudes com o uso de imagens e documentos dos usuários também são comuns: 7% do total. A principal técnica é o spoofing, que consiste em usar uma imagem da pessoa manipulada (ou dela própria) para se passar por ela.
Consumidores confiam mais na biometria do que em senhas padrões
Imagem: PopTika/Shutterstock

Alta de fraudes em outros setores

O levantamento registrou um aumento de fraudes nos segmentos de comércio eletrônico e serviços financeiros. O primeiro foi de 1,22% para 1,37%. Já o segundo foi de 0,42% para 0,51%.

Ainda assim, os valores são menores do que os registrados no mesmo período no ano passado.

A CAF ainda mostra que usuários de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Pará estão mais suscetíveis a tentativas de golpe: os cinco estados juntos representaram 51% do total de fraudes do país. São Paulo, sozinho, teve 30% dos casos.

Por gênero, os homens lideram a lista, representando 61% das vítimas em transações consideradas como ameaças de golpe em geral. No segmento da mobilidade, a diferença sobe para 74% para homens. Essa situação fica mais parelha quando o filtro é o comércio eletrônico, com os homens representando 53% das vítimas.

Desde 2020, o INSS utiliza o reconhecimento facial para fazer a prova de vida
(Imagem: aslysun / Shutterstock)

Biometria é seguro?

Apesar das tentativas de fraudes e golpes, Vanita Pandey, CMO da CAF, ressalta que a biometria facial é um dos métodos mais efetivos para combater as ocorrências. Porém, ela explica que, com a melhoria das estratégias de prevenção por parte das empresas que usam o recurso, os golpistas também buscam melhorar.

Isso demanda das companhias um esforço contínuo para manter uma tecnologia antifraude atualizada, adotando uma abordagem centrada na educação e na interação com o usuário.

Vanita Pandey

Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

Ronnie Mancuzo
Redator(a)

Ronnie Mancuzo é analista de sistemas com especialização em cybercrime e cybersecurity | prevenção e investigação de crimes digitais. Faz parte do Olhar Digital desde 2020.