Raul Seixas já cantava que preferia ser uma metamorfose ambulante. Em sua canção o autor buscava trazer poeticamente a essência da transformação contínua na vida. A fascinação humana pela metamorfose, um fenômeno biológico que soa quase mágico, transcende as fronteiras da história humana. Mas, o que é a metamorfose?

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O que é metamorfose?

Caracterizada por causar grandes mudanças na forma e função do corpo de um organismo, a metamorfose é um fenômeno natural que atinge diversos animais ao longo da vida. Durante esse processo, o organismo passa por diferentes estágios distintos, muitas vezes marcados por formas morfológicas específicas, adaptadas às necessidades e ambientes particulares de cada fase.

metamorfose
(Foto: Cedida pelo pesquisador/Jornal da USP)

Quais os tipos de metamorfose?

Os insetos são o principal grupo de animais que passa por metamorfose. Por terem seu ciclo de vida dividido entre a fase larval e a fase adulta. Esses animais passam por dois tipos de processos.

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Um dos tipos de metamorfose, a holometabolia, é dividida e em quatro estágios: ovo, larva, pupa e adulto. Na fase larval, o organismo frequentemente possui uma forma especializada, adaptada a um modo de vida específico, enquanto a pupa é um estágio de transição onde ocorrem mudanças internas significativas. Finalmente, o adulto emerge da pupa, muitas vezes com características diferentes da fase larval, como asas para facilitar a locomoção e reprodução. Esse tipo de metamorfose atinge principalmente as borboletas e besouros.

Outro tipo de metamorfose que atinge os insetos é a hemimetabolia, observada em insetos como gafanhotos e baratas, a metamorfose é mais gradual. Os jovens, conhecidos como ninfas, são semelhantes aos adultos, mas mais jovens e, geralmente, não possuem asas. Conforme crescem, passam por mudanças sucessivas até atingirem a forma adulta.

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Pesquisadores implantaram rastreadores em 14 espécimes de borboletas-caveira, um tipo de mariposa, para estudar o processo migratório desses insetos. Imagem: bobycici – Shutterstock

Além dos insetos, anfíbios e peixes são conhecidos por passar por metamorfose. As larvas de anfíbios como sapos e rãs, chamados girinos, são adaptados à vida aquática e respiram por meio de brânquias. É durante o processo de metamorfose que ocorrem mudanças significativas na anatomia desses animais. Ao longo do amadurecimento biológico, os anfíbios desenvolvem estruturas dedicadas à vida em terra firme. Entre elas o desenvolvimento de pulmões, pernas e a perda das brânquias.

Alguns peixes sofrem processos de metamorfose nas fases finais de suas vidas. Um exemplo clássico é o salmão. Durante sua vida o peixe ósseo migra diversas vezes, inicialmente da água doce onde nasce para a salgada. No fim da vida ele realiza o caminho inverso para se reproduzir na região onde nasceu.

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Durante essas mudanças ambientais, ocorrem adaptações físicas notáveis, a metamorfose nesse caso cumpre uma função reprodutiva, com a modificação do formato da cabeça dos machos, além da adaptação para a vida em água doce.

São diversos os tipos de metamorfose que agem sobre as mais variadas espécies de animais. Com diversas funções diferentes, essa mudança de visual contribui bastante para a manutenção da vida na terra.