Imagem: Dima Zel / Shutterstock.com
Você sabia que o máximo que o homem já conseguiu perfurar na Terra foi 12,2 km? Esse processo demorou 20 anos para ser concluído e não chegou nem perto de atravessar a Terra. Para se ter uma ideia, segundo o Serviço Geológico dos EUA, só a crosta terrestre tem cerca de 100 km de espessura. Porém, embora seja muito improvável que um dia isso aconteça, cientistas possuem teorias sobre o que aconteceria se o planeta fosse perfurado até o outro lado. Confira!
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Doug Wilson, um pesquisador geofísico da Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara, disse ao WordsSideKick.com, que a pressão atmosférica iria aumentar conforme a broca fosse se aprofundando no subsolo. Sendo assim, é calculado que a cada 3 metros, iria aumentar a pressão referente ao nível do mar.
Como exemplo, podemos observar que na maior perfuração feita por um homem: 12,2 km de profundidade em Kola Superdeep Borehole, na Rússia, a pressão ficou 4.000 vezes maior do que a do nível do mar. Imagine então como seria para perfurar ainda mais as camadas.
Ainda de acordo com Wilson, para perfurar abaixo do nível do mar, tentando atingir uma profundidade maior do que a que o homem já conseguiu, é necessário bombear de forma contínua um fluido, que seria uma mistura de lama com metais pesados, como o bário, pois isso iria evitar que buraco desabasse, já que o líquido equilibra a pressão dentro da cratera com a pressão da rocha circundante e o buraco não colapsa. Essa é uma técnica utilizada inclusive na perfuração de poços de petróleo.
Além disso, o fluido ainda serve para limpar a broca, impedir que a areia e cascalho atinja o maquinário e também ajuda a diminuir a temperatura. Entretanto, a questão da tempérie é outro grande desafio.
Outro desafio da perfuração é justamente a temperatura, que aumenta conforme a broca for perfurando. No manto, por exemplo, o clima é de 1.410 graus Celsius. Então, o aço inoxidável derreteria. Por isso, Wilson diz que o correto seria utilizar uma broca de titânio. Mas, chegando ao núcleo da Terra, a dificuldade aumenta, já que o ambiente fica ainda mais quente.
De acordo com a Academia de Ciências da Califórnia, o núcleo da Terra tem temperatura variável de 4.000 a 5.000 ºC, o que dificultaria e muito a perfuração, já que nesse caso, a broca provavelmente derreteria.
No WordsSideKick.com, o professor de geoquímica da Universidade de Southampton, no Reino Unido, Damon Teagle, disse que uma possível solução seria bombear água fria. Conseguindo passar, a broca chegaria ao núcleo interno, mas lá, a pressão voltaria a ser um problema, pois seria muito intensa.
Além disso, a gravidade da Terra puxaria a broca para o núcleo, então ela teria que lutar contra isso também. Superando mais esse obstáculo, agora é continuar o trajeto, o que segundo Teagle, ainda é longo.
Esta post foi modificado pela última vez em 5 de janeiro de 2024 16:52