Um grupo de pesquisadores apontou que provavelmente os chamados Odd Radio Circles (ORCs) são realmente formados por supernovas. Essa hipótese é sugerida desde quando esses objetos foram observados pela primeira vez em 2020, mas ela foi logo descartada. No novo estudo, os astrônomos voltaram atrás nessa decisão.

Para quem tem pressa:

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  • Os ORCs foram observados pela primeira vez em 2020, e inicialmente nenhuma explicação foi encontrada para justificar esse objeto;
  • Foi sugerido que eles não poderiam ser resultado da explosão de uma supernova, mas um novo estudo apontou que eles poderiam se originar a partir da explosão de várias delas;
  • Várias explosões, empurram grandes quantidades de gás e partículas ionizadas para fora das galáxias, a velocidades tão altas, que permitem que eles cheguem a milhões de anos-luz de distância.

Até algum tempo atrás, os radiotelescópios observavam apenas pequenas áreas do céu de cada vez, fazendo com que objetos muito grandes parecessem invisíveis. Isso mudou quando o Murchison Wide Field Array e o Australian Square Kilometer Array Pathfinder (ASKAP), dois radiotelescópios de grande porte, foram construídos. Eles são capazes de capturar grandes áreas, fazendo com que levantamentos amplos se tornem possíveis.

Foi usando o ASKAP, em 2020, que astrônomos descobriram grandes áreas do céu que eram ocupadas por círculos enormes que estavam emitindo comprimentos de onda semelhantes. Nenhuma explicação foi encontrada para justificar esses objetos, que acabaram sendo chamados de ORCs. O nome faz juz ao que eles são, mas sem fazer apontamentos errados sobre o que os causa.

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Na época, em resposta ao IFLScience, Ray Norris, astrofísico, professor da Western Sydney University e um dos descobridores dos ORCs, apontou que círculos como observados não são comumente vistos, exceto em remanescentes de supernovas e esse não era o caso, porque os ORCs eram muito grandes, podendo chegar a milhões de ano-luz de diâmetro.

No entanto, um estudo publicado na revista Nature, diz que esse é, sim, o caso. Uma única supernova não poderia originar um ORC sozinha, mas várias juntas sim.

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Formação de ORCs

Existem galáxias que produzem muitas estrelas massivas e a uma taxa de formação extremamente alta, conhecidas como Starbust. Quanto mais pesada for a estrela, mais rápida é sua vida, e se ela tiver mais que oito massas solares, irá explodir em uma supernova. Assim, qualquer Starbucks que esteja em fase de explosão estelar possui muitas estrelas explodindo em supernovas.

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Essas explosões, aceleram o gás, equivalente a 200 massas solares, para muito além do limite das galáxias e a velocidades próximas a 2 mil quilômetros por segundo, que acabam formando os ORCs. 

Um deles, o ORC 4, se formou a partir de uma galáxia que provavelmente é resultado de uma fusão de duas outras galáxias de massa semelhantes. Essa fusão empurrou todo o gás para uma região muito pequena, provocando intensa formação de estrelas massivas. O que acaba sendo importante para a formação de ORCs.

No entanto, a formação desses objetos necessita da combinação rara de outros fatores, fazendo com que apenas 5 ORCs tenham sido encontrados até hoje.

Para fazer isso funcionar, você precisa de uma alta vazão de massa, o que significa que ele ejeta muito material muito rapidamente. E o gás circundante fora da galáxia tem que ser de baixa densidade, caso contrário o choque estagna. Esses são os dois principais fatores.                                                              

Alison Coil, autora do estudo, em comunicado