Arqueólogos encontraram duas múmias com línguas de ouro na antiga cidade de Oxyrhynchus (Egito). Ainda não se sabe quem são as duas pessoas mumificadas. Com a descoberta, o número total de línguas douradas encontradas sobe para 16 nas escavações no país.

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Múmias com língua de ouro

Se as “línguas de ouro” podem parecer incomum, a frequência dos achados mostra que não. Na verdade, como o LiveScience explica, trata-se de tradição do período romano:

  • Entre 29 a.C. e 614 d.C., os egípcios colocavam moldes em formato de língua feitos de ouro dentro da boca das pessoas que seriam mumificadas;
  • Assim, essas múmias poderiam usar o objeto na vida após a morte. Por exemplo, as línguas de ouro davam ao seu portador a capacidade de falar com Osíris, o deus dos mortos, no submundo;
  • Segundo Esther Pons Mellado e Maite Mascort, co-diretoras da missão arqueológica de Oxyrhynchus, ao WordsSideKick.com, os egípcios acreditavam que o ouro era a “carne dos deuses”.

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Múmias encontradas no Egito (Imagem: Reprodução/Ministério Egípcio de Turismo e Antiguidades)

A exploração ainda não sabe quem são as pessoas encontradas com as línguas de ouro, mas é provável que foram do alto escalão da sociedade da época, já que puderam ser mumificadas e enterradas com o objeto.

Além disso, a equipe encontrou três grandes cemitérios subterrâneos, chamados de hipogeia. Eles continham nove sarcófagos de pedra com desenhos antropomórficos (que misturam corpos de pessoas e animais). Dois ainda estavam fechados, sem roubos.

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Ainda, essa foi a primeira vez que a escavação encontrou, na cidade, terracota representando a deusa Ísis-Afrodite (junção das deusas egípcia e grega, marcando a primeira aparição das peças nessa região do Egito).

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Terracora das deusas Íris-Afrodite (Imagem: Reprodução/Ministério Egípcio de Turismo e Antiguidades)

Outros casos no Egito

As duas línguas de ouro encontradas no Egito não são as primeiras: com elas, o número total chega a 16.

Em 2021, três delas foram encontradas pela mesma equipe também em Oxyrhynchus, cidade que hoje é chamada de el-Bahnasa. Na ocasião, Pons Mellado e Mascort revelam que as múmias estavam em duas tumbas do período romano e continham múmias adicionais, papiros com escrita grega e selos de lama com iconografias egípcias.