Exoplaneta “irmão” da Terra pode ter metade da superfície coberta por lava

Exoplaneta foi encontrado pelo telescópio TESS, o "caçador" da NASA, e tem um tamanho semelhante ao da Terra
Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Lucas Soares 12/01/2024 14h53
exoplaneta
Imagem: Vitória Lopes Gomez (gerado com IA)/Olhar Digital
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O satélite Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS) da NASA descobriu um novo exoplaneta com quase o mesmo tamanho que a Terra, mas apenas um décimo da idade do nosso planeta. O corpo celeste orbita outra estrela e tem características curiosas: a principal delas é que um lado da sua superfície é provavelmente coberto por lava.

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Exoplaneta parecido com a Terra

O exoplaneta foi chamado de HD 63433 d e orbita uma estrela parecida com o nosso Sol, chamada de HD 63433. A proximidade entre ele e sua estrela faz com que o ano por lá seja o equivalente a 4,2 dias terrestres.

Como o site Space.com explica, um fenômeno ainda mais curioso acontece por lá. Por conta da proximidade com seu respectivo sol, o planeta sofre de um “tidal lock”, quando chega a um ponto em que não gira em seu próprio eixo durante a órbita.

Isso faz com que um lado, o diurno, esteja sempre voltado para o sol, enquanto o outro, o noturno, se volte para o espaço. Como consequência, o diurno é atingido pela radiação estelar ininterruptamente, chegando a uma temperatura de cerca de 1260º Celsius. Ou seja, é provável que esse lado seja coberto por lava escaldante, semelhante ao de outros exoplanetas já registrados, como o CoRoT-7 b e Kepler-10 b.

Enquanto isso, o lado noturno vira congelante.

Representação artística do caçador de exoplanetas TESS, da NASA. Crédito: NASA

Outras peculiaridades

Essas não são as únicas peculiaridades do HD 63433 d. Veja outras:

  • Apesar de ter pouco mais do que o tamanho da Terra (o equivalente a 1,1 vezes o diâmetro), o exoplaneta tem menos de 400 milhões de anos.
  • O planeta azul tem cerca de 4,5 bilhões de anos, o que faz a descoberta ter apenas cerca de 10% da nossa idade.
  • Ele foi descoberto pelo TESS enquanto o satélite transitava a estrela HD 63433 d. Em certo ponto, o dispositivo percebeu uma diminuição de luz, exatamente quando passou pelo exoplaneta.
  • Esse método já foi usado para detectar outros 4 mil corpos celestes, sendo centenas deles confirmados como exoplanetas.

Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.