As imagens de vulcões entrando em erupção impressionam e a quantidade de energia envolvida neste processo é enorme. Mas e se fosse possível obter parte dela? E exatamente isso que um grupo de pesquisadores propõe. Como? Perfurando o vulcão, uma ideia ambiciosa e inédita para a ciência.

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Conhecendo mais sobre como funciona um vulcão

  • O objetivo dos cientistas é avançar na compreensão de como o magma se comporta no subsolo e o que leva os vulcões a entrar em erupção.
  • Ao mesmo tempo, a equipe está esperançosa de poder explorar uma fonte quase ilimitada de energia limpa.
  • A ideia é que o experimento seja realizado na Islândia e dure dois anos.
  • As informações são da ScienceAlert.
(Imagem: Fernando Privitera – Shutterstock)

Experimento será dividido em duas fases

A iniciativa foi proposta pela organização Krafla Magma Testbed (KMT). O trabalho se baseia em esforços anteriores, realizados no início do século, para perfurar perto de uma das câmaras de magma de um vulcão. Na ocasião, a intenção era apenas se aproximar da câmara para explorar opções de energia geotérmica.

No entanto, a câmara não foi tão profunda quanto o esperado: o projeto acidentalmente invadiu a abóbada de magma, o que acabou impedindo qualquer nova tentativa de perfuração, já que o calor avassalador (450°C) destruiu o poço.

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No entanto, o experimento confirmou que a perfuração de uma câmara de magma não causa a erupção do vulcão. Agora, os cientistas estão prontos para tentar novamente. 

Ser capaz de entrar na crosta e coletar amostras de magma nos daria um enorme conhecimento. Esperamos poder ter uma medição direta pelo menos da temperatura, o que nunca foi feito antes.

Hjalti Páll Ingólfsson, do KMT

Mas para que a perfuração ocorra é necessário o desenvolvimento de brocas e sensores capazes de aguentar o intenso calor, pressão e acidez das câmaras. Se tudo correr como planejado, a experiência começará em 2026.

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No primeiro momento, os cientistas querem entender mais sobre como a crosta continental é formada e se é possível prever quando erupções acontecerão. Depois, a partir de 2028, o plano é aproveitar a água armazenada em pressões altíssimas para acionar turbinas e produzir energia limpa.