A inteligência artificial (IA) ameaça 41% dos empregos no Brasil. O dado integra o alerta da chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, publicado no domingo (14), com base num estudo da entidade.

Para quem tem pressa:

  • A inteligência artificial ameaça 41% dos empregos no Brasil, segundo estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI), que embasa o alerta publicado recentemente por Kristalina Georgieva, chefe da entidade;
  • A pesquisa utilizou o critério de “exposição de um emprego à IA”, segundo qual o Brasil, classificado como um mercado emergente, fica “no meio do caminho” em comparação a economias avançadas e países de baixa renda;
  • O estudo do FMI revelou que áreas como apoio administrativo, técnicos e gerentes estão entre as mais expostas aos avanços da IA. Por outro lado, setores como serviços básicos, agricultura e artesanato têm menor risco de serem impactados.
  • A análise também introduziu a categoria de “complementaridade” para avaliar como diferentes empregos interagem com a IA. Profissões com alta complementaridade, como juízes e cirurgiões, tendem a se beneficiar da IA, enquanto aquelas com baixa complementaridade, como operadores de telemarketing, correm o risco de desaparecer.

Para estimar essa porcentagem, a pesquisa do FMI usou o critério “exposição de um emprego à IA”. Ele engloba tanto trabalhos com potencial para se beneficiar da tecnologia quanto os ameaçados por ela no futuro.

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Mão robótica pressionando uma tecla de um notebook com linhas de ações financeiras na tela
(Imagem: ktsdesign/Shutterstock)

No estudo do FMI, o Brasil ficou “no meio do caminho” em relação aos impactos da IA no mercado de trabalho. Isso porque a exposição atinge o pico – entre 60% e 70% – em economias avançadas (EUA e Reino Unido, por exemplo) e o vale – 26% – em países de baixa renda (Burundi e Serra Leoa, por exemplo). E o Brasil entra na categoria “mercados emergentes” da pesquisa, na qual a exposição é 41%.

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Confira abaixo as áreas mais ameaçadas pelos avanços na IA e as menos ameaçadas, segundo a pesquisa do FMI:

Alta exposição

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  • Apoio administrativo;
  • Técnicos;
  • Gerentes;

Baixa exposição

  • Serviços básicos;
  • Agricultura;
  • Artesanato.

Para avaliar os impactos da IA no trabalho, o estudo criou a categoria “complementaridade”. Empregos com alta complementaridade (juiz, cirurgião, administrador) se beneficiarão com avanços desta tecnologia porque sua execução ainda depende de humanos. Já os com baixa (operadores de telemarketing, por exemplo) correm risco de sumirem do mercado por conta da IA.

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Por isso, a chefe do FMI alerta, em seu texto, que os avanços na IA podem aumentar a desigualdade social nos países. Trabalhadores mais jovens e “estudados” têm mais chance de arranjarem empregos com alta complementaridade. Já os mais velhos e com menos escolaridade estarão mais sujeitos a empregos com baixa complementaridade.