Aeroportos: despacho autônomo de malas está mais comum no Brasil

Ao passo que aviação caminha para transformações sustentáveis, aeroportos também devem inovar com tecnologia
Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Bruno Capozzi 17/01/2024 04h00
malas aeroporto
Imagem: aanbetta/Shutterstock
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A tecnologia tem influenciado não só o setor da aviação com novas formas de abastecimento e energias sustentáveis, mas também a própria dinâmica dos aeroportos. A automatização dos serviços de atendimento é uma das possibilidades capazes de mudar a forma como os passageiros viajam e como as companhias aéreas operam.

Isso já tem acontecido: um levantamento recente da LATAM mostrou que seis em cada dez passageiros já despacham a bagagem de forma autônoma, agilizando o check-in e evitando atrasos nos voos.

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Autoatendimento nos aeroportos

O levantamento da companhia aérea LATAM mostrou o crescimento de tecnologias de autoatendimento nos aeroportos brasileiros. Confira dados sobre a tendência:

  • Segundo o estudo, de janeiro a dezembro de 2023, foram quase 1,8 milhão de bagagens despachadas de forma autônoma no país, nos 10 aeroportos que já contam com o serviço.
  • O número representa um aumento de 52% em relação a 2022, quando o número ficou em 1,1 milhão.
  • Na prática, isso mostra que 56% das malas despachadas nesses terminais em 2023 contaram com uma “mãozinha” da tecnologia. Ou seja, seis a cada dez passageiros preferiram o autoatendimento.

A LATAM destaca que o processo leva menos de 40 segundos e mostra a transformação digital tendo benefícios objetivos.

O despacho autônomo de bagagens é uma inovação que traz tanto ganhos para o cliente, que tem um serviço simples, rápido e seguro, quanto para a companhia, que consegue carregar as aeronaves com mais agilidade e garantir a pontualidade dos voos.

Derick Barboza, diretor de Aeroportos da LATAM Brasil.
Despacho automático está disponível em 10 aeroportos no Brasil (Foto: LATAM/Divulgação)

Tecnologias sustentáveis na aviação

Além dos serviços aeroportuários, o setor da aviação também está mudando. Importantes potências mundiais já estabeleceram metas ousadas para diminuir as emissões de gases do efeito estufa.

Os Estados Unidos é um deles, se comprometendo a zerar as emissões da aviação até 2050. O Reino Unido tem o mesmo plano marcado para 2040.

Algumas alternativas para isso são a mudança nos combustíveis dos aviões para hidrogênio ou combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês). Porém, essas soluções também enfrentam desafios.

(Imagem: Pexels)

SAF vs. hidrogênio

O SAF é um biocombustível que produz menos emissões que o combustível tradicional. Atualmente, ele é mais sustentável e fácil de ser fornecido aos aeroportos, já que pode ser transportado por tubulações existentes. Isso porque a mudança no abastecimento também envolve levá-lo até os aviões, o que requer infraestrutura.

A dúvida em relação ao SAF é a produção em grande escala por um valor viável. Do contrário, ele é mais caro e pode afetar no preço final das passagens, o que desestimularia sua adesão.

Assim, aumenta-se o interesse no hidrogênio, que comprovadamente funciona nos aviões. No entanto, para ser útil, ele precisa estar na forma líquida, o que acontece em uma temperatura altíssima e envolve uma estrutura que os aeroportos atuais, novamente, não têm. O Olhar Digital explicou outros desafios de ambos combustíveis aqui.

Com isso, não é possível definir exatamente quando a indústria de aviação se tornará limpa e, por enquanto, talvez os avanços fiquem somente nos aeroportos.

Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.