Espaçonave Peregrine cai na Terra trazendo restos humanos

Módulo Peregrine fez reentrada por volta das 18h (horário de Brasília) no Oceano Pacífico Sul
Por Lucas Soares, editado por Rodrigo Mozelli 18/01/2024 12h45, atualizada em 18/01/2024 23h43
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O módulo lunar Peregrine privado da Astrobotic alcançou a distância da lua em 12 de janeiro de 2024, enquanto os engenheiros lutavam por sua sobrevivência, embora a lua estivesse em uma parte diferente de sua órbita. (Crédito da imagem: Astrobotic)
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Após fracassar na missão rumo à Lua, o módulo Peregrine fez, nesta quinta-feira (18), às 18h04 (horário de Brasília) sua reentrada na Terra. Em comunicado, a Astrobotic, responsável pela espaçonave, disse que a queda aconteceria por volta das 18h (horário de Brasília) no Oceano Pacífico Sul.

“A Astrobotic posicionou a espaçonave Peregrine para uma reentrada segura e controlada na Terra sobre uma área remota do Pacífico Sul. A equipe tem monitorizado continuamente nossa análise de reentrada com a NASA, que indica caminho de reentrada na área indicada abaixo, sem perigos previstos. Uma reentrada segura é nossa principal prioridade, por isso, a equipe desenvolveu uma manobra de duas etapas para mover a nave espacial e alterar a sua trajetória projetada”, informou a equipe.

Já por volta das 22h (horário de Brasília), a equipe confirmou, no X, a queda bem-sucedida da espaçonave.

“Como esperado, a Astrobotic perdeu a telemetria da espaçonave Peregrine por volta das 3h50 p.m EST [Eastern Standard Time]. Enquanto isto indicou que o veículo completou sua reentrada controlada sobre águas abertas do Pacífico Sul às 4h40 p.p. EST, nós esperamos confirmação independente de entidades governamentais”, diz a nota.

O que você precisa saber?

  • A missão Peregrine foi enviada rumo à Lua em 8 de janeiro;
  • Uma grave vazamento de combustível impediu que o objetivo fosse alcançado;
  • A sonda carrega, além da carga útil, restos mortais em um “funeral espacial”;
  • A reentrada aconteceu no fim tarde desta quinta-feira (18).

Se tivesse sido bem sucedida, a missão lançada no dia 8 de janeiro poderia ter colocado a primeira sonda privada na Lua, mas os planos foram interrompidos por conta de um grave vazamento de combustível no propulsor poucas horas após a decolagem a bordo do Vulcan Centaur.

A sonda carrega, além das mais de 20 cargas úteis, restos mortais cremados em um contrato com as empresas Celestis e Elysium Space. Essas amostras de DNA são de pessoas que compraram planos funerários lunares. A missão recebeu críticas pela decisão de levar essa carga.

Mais sobre a missão Peregrine

  • A empresa Astrobotic lançou a nave Peregrine na madrugada do dia 8, marcando o primeiro lançamento dos EUA à Lua desde a missão Apollo, em 1972;
  • A Peregrine estava acoplada ao foguete Vulcan, da United Launch Alliance (ULA), uma colaboração entre Lockheed Martin e Boeing, com interesse do Pentágono para futuras missões;
  • A Peregrine transporta 20 instrumentos científicos e enfrenta oposição do povo Navajo devido ao envio de restos cremados para a Lua, considerada sagrada para povos nativos dos EUA;
  • A missão integra os programas Artemis e Commercial Lunar Payload Services da NASA, com investimentos previstos para fomentar missões comerciais à Lua.
Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.