“Luva inteligente” quer restaurar movimento das mãos de pacientes com AVC

Solução usa aprendizado de máquina e sensores ultrassensíveis, e será testado em pacientes com sequelas de AVC
Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Rodrigo Mozelli 18/01/2024 03h20, atualizada em 18/01/2024 21h25
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Uma nova “luva inteligente” projetada usando aprendizado de máquina será testada em grupo de sobreviventes de acidente vascular cerebral (AVC), que pode deixar sequelas no controle motor. A intenção é ajudá-los a recuperar os movimentos das mãos e dedos. Versátil, o dispositivo ainda pode ser adaptado para outras utilidades, como no setor de robótica, realidade aumentada (RA) e até animação.

Luva inteligente e pacientes de AVC

A luva inteligente é capaz de rastrear movimentos das mãos e dos dedos durante exercícios de reabilitação dos pacientes, que serão supervisionados pela especialista em reabilitação de AVC e professor de medicina Dra. Janice Eng. A esperança é poder restaurar os movimentos dos membros.

Leia mais:

Veja como funciona:

  • Como o Medical Xpress explicou, a luva tem rede de fios e sensores de pressão altamente sensíveis, incorporados em tecido elástico confortável;
  • A tecnologia permite rastrear, capturar e transmitir até os menores movimentos dos membros da mão sem usar câmeras;
  • Segundo o professor de engenharia elétrica e de computação Dr. Peyman Servati, responsável pela criação da luva inteligente junto à sua equipe, isso é possível graças a modelos de aprendizado de máquina que determinam com precisão os ângulos das articulações dos dedos e pulsos;
  • Além disso, ele detecta a pressão e consegue prever com 99% de precisão os movimento dos membros;
  • Com isso, é possível analisar os resultados e ajustar o programa de exercícios de fisioterapia para obter a melhor chance de recuperação do controle motor, uma das sequelas do AVC.

Dr. Peyman Servati com um alundo testando as luvas inteligentes (Imagem: Reprodução/Lou Bosshart/UBC Media Relations)

Outras aplicações da luva

De acordo com o Dr. Servati, a luva é sem fio, confortável, pode ser facilmente lavada após retirar a bateria e tem custo de fabricação relativamente baixo. Isso ajuda a incorporar o dispositivo em outros mercados.

O pesquisador prevê que, com melhorias contínuas, a luva inteligente pode ser usada para realidade virtual (RV), realidade aumentada (RA), animação e robótica. Tudo isso porque captura o movimento das mãos e os mostra em tela conectada, sem necessidade de câmeras ou robô controlador.

Um dos exemplos dados por ele é ajudar a traduzir a linguagem de sinais em tempo real, facilitando a comunicação com pessoas com deficiência auditiva.

Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.