Novo supercondutor é descoberto e características impressionam pesquisadores

O supercondutor é de metais de transição e tem temperatura de transição e densidade de corrente crítica maior que outros compostos do tipo
Por Mateus Dias, editado por Lucas Soares 23/01/2024 08h33, atualizada em 23/01/2024 08h42
Até mesmo as ligações do supercondutor são diferentes de outros compostos do tipo (Imagem ilustrativa: Doug Stevens/ shutterstock)
(Imagem: Doug Stevens/ Shutterstock)
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Um grupo de pesquisadores acabou de produzir um composto que é o supercondutor à base de sulfeto de metal de transição que se torna supercondutor com a maior temperatura. Essa descoberta é um novo avanço para pesquisas sobre condutividade e o desenvolvimento de supercondutores de alta temperatura.

O estudo foi conduzido por pesquisadores da Hefei Institutes of Physical Science (HFIPS), da Academia Chinesa de Ciências (CAS) e publicado recentemente no Journal of the American Chemical Society. Os cientistas contaram com o apoio do transporte elétrico e sistemas de medição magnética do Steady High Magnetic Field Facility (SHMFF) para o desenvolvimento do material supercondutor chamado (InSe 2 ) x NbSe 2.

Para quem tem pressa:

  • O composto torna-se supercondutor quando atinge temperaturas abaixo de -261,55 graus Celsius;
  • Sua densidade de corrente crítica, a quantidade de corrente que ele suporta para manter suas características supercondutoras, é de 8×10 5 A/cm 2;
  • Essas características são muito superiores às encontradas em outros compostos a base de metais de transição, impressionando os cientistas.

O composto supercondutor 

O composto possui uma estrutura de rede única e  torna-se supercondutor na temperatura de 11,6 K ou −261,55 graus Celsius à pressão ambiente. Apesar de parecer baixo, é a maior temperatura de transição supercondutora de um material à base de metais de transição.

Esse tipo de material tem ganhado muita atenção recentemente devido a suas aplicações em reações de catálise, armazenamentos de energia, e circuitos integrados. No entanto, as baixas temperaturas de transição desses materiais têm limitado seu uso.

No novo estudo, ao invés de átomos isolados inseridos entre as lacunas de van de Waals, como acontece em condições convencionais de matérias de baixa dimensão, os pesquisadores descobriram que os átomos de índio intercalados formam cadeias ligadas ao InSe 2, no composto (InSe 2 ) x NbSe 2. O que provavelmente é o responsável por suas características impressionantes.

Leia mais:

Além da sua temperatura de transição, o composto supercondutor também possui uma densidade de corrente crítica de 8×10 5 A/cm 2 que também é o mais alta entre os compostos a base de metais de transição. Essa característica é semelhante a condutores de alta temperatura, como compostos à base de ferro.

Os pesquisadores esperam que essa descoberta abra novas possibilidades para o avanço nos estudos sobre supercondutividade e possibilite o desenvolvimento de supercondutores de temperaturas mais altas e de melhor desempenho.

Redator(a)

Mateus Dias é estudante de jornalismo pela Universidade de São Paulo. Atualmente é redator de Ciência e Espaço do Olhar Digital

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.