Pesquisadores descobriram uma nova espécie de um antepassado dos mamíferos. Restos do animal, que viveu entre 241 e 236 milhões de anos, foram encontrados em Dona Francisca, na região central do Rio Grande do Sul.

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Cinodonte

  • O crânio de cinodonte foi encontrado em 2009, em um terreno rochoso da cidade gaúcha.
  • A descoberta foi feita pelos paleontólogos Lúcio Roberto da Silva e Sérgio Cabreira. 
  • O material ficou guardado em uma coleção científica até começar a ser estudado.
  • Mais de uma década depois, a equipe do paleontólogo Leonardo Kerber, do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), constatou que se tratava de um animal ainda não conhecido.
  • A descoberta foi publicada na revista científica The Anatomical Record.
  • As informações são do G1 e da UFSM.
Crânio do cinodonte (Imagem: reprodução/UFSM)

Elo entre os répteis e os mamíferos

De acordo com os pesquisadores, nenhum outro exemplar de fóssil encontrado no mundo tinha características parecidas com o cinodonte de Dona Francisca. Dessa forma, os especialistas identificaram que se tratava de uma nova espécie.

O animal recebeu o nome de Paratraversodon franciscaensis, em homenagem à cidade onde os ossos foram encontrados. O processo de identificação ainda incluiu uma tomografia, que permitiu a análise de estruturas não visíveis externamente.

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Com a tomografia computadorizada, conseguimos criar modelos tridimensionais das cavidades internas do crânio, e assim, reconstruir parcialmente a morfologia externa do cérebro desses animais. Assim, é possível realizar inferências sobre a fisiologia deles.

Leonardo Kerber, paleontólogo do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Universidade Federal de Santa Maria

O Paratraversodon franciscaensis era um animal herbívoro. Ele media cerca de um metro e era considerado o elo entre os répteis e os mamíferos. Diferentemente dos mamíferos atuais, era ectotérmico, ou seja, de sangue frio, característica comum de lagartos e crocodilos.

Os pesquisadores explicam que naquela época, durante o Triássico, a maioria dos animais possuía esse tipo de metabolismo, uma vez que as temperaturas eram muito mais elevadas do que as de hoje. Além disso, evidências sugerem que esses animais não possuíam um corpo coberto por pelos, mais uma diferença em relação aos mamíferos modernos.