Os robôs estão cada vez mais parecidos com os humanos. Atualmente, conseguem desde pintar quadros até dobrar roupas perfeitamente, como já mostramos aqui no Olhar Digital. Agora, uma inovação pode tornar os dedos mecânicos tão sensíveis ao toque quanto os de um humano.

Um grupo de pesquisadores da Universidade de Cambridge aliou sensores táteis baseados em visão com inteligência artificial para identificar texturas e, assim, tornar robôs capazes de ler textos em Braille com precisão e fluidez.

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Como o sensor foi projetado?

  • A ideia dos cientistas era criar um sensor que desse a capacidade de ler textos em Braille para um robô com a mesma precisão e movimentos de um humano.
  • Para isso, criaram um sensor com uma pequena câmera que fica nas pontas dos dedos mecânicos.
  • Também treinaram um algoritmo de aprendizado de máquina para evitar que, com o movimento dos dedos, as imagens captadas enquanto em movimento ficassem desfocadas e atrapalhassem a leitura.
  • Depois que as imagens passam por esse algoritmo, um sistema de inteligência artificial identifica e classifica cada letra.

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Precisão e fluidez

Atualmente, os leitores robóticos de Braille leem uma letra de cada vez, de forma estática, muito diferente da fluidez com que os dedos humanos deslizam pelos padrões do idioma. O algoritmo criado pelos cientistas permitiu que as mãos mecânicas tivessem leveza e, ainda assim, mantivessem a precisão da leitura.

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Com o novo sensor, o robô pode ler 315 palavras em Braille por minuto com uma precisão de 87,5%, o dobro da velocidade humana. Segundo os pesquisadores, esse é um dos melhores resultados dos últimos estudos.

Desenvolvimento de próteses

Em entrevista para o portal New Atlas, os cientistas contam que, no futuro, a tecnologia pode servir para criar mãos robóticas ou próteses de alta sensibilidade. O plano é aprimorar o sensor para que possa ser aplicado, por exemplo, em pele sintética.

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A velocidade de leitura do Braille é uma ótima maneira de medir o desempenho dinâmico dos sistemas de detecção tátil, portanto, nossas descobertas podem ser aplicáveis além do Braille, para aplicações como detecção de texturas de superfície ou deslizamento na manipulação robótica.

Parth Potdar, autor do estudo, para o New Atlas

Detalhes sobre o estudo foram publicados na revista IEEE Robotics and Automation Letters.