O Burnout foi considerado como uma doença do trabalho em janeiro de 2024 pela Organização Mundial de Saúde. Mas já em 2019, a “Síndrome do Esgotamento Profissional” (tradução para Burnout) fazia parte da vida de 32% dos 100 milhões de trabalhadores no Brasil, segundo o ISMA-BR (International Stress Management Association no Brasil).

Por outro lado, especialistas se preocupam com a banalização da doença, tendo em vista que pode ser confundida com um cansaço temporário, com os dias mais conturbados no trabalho e até mesmo quadros mais grave de depressão. Deste modo, vamos explicar neste artigo os sintomas do Bournout e a diferença entre a síndrome e o cansaço comum.

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Categorização da Síndrome de Burnout

Antes de tudo, para entender o cenário que abrange a doença de Burnout, vamos pontuar o que a OMS considera para classificar este tipo de doença. Segundo a organização, o Burnout “é uma síndrome conceituada como resultante do estresse crônico no local de trabalho que não foi administrado com sucesso”.

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Desta forma, a OMS destaca os principais fatores da doença, confira:

• Sensação de esgotamento ou esgotamento de energia;
• Aumento da distância mental do trabalho ou sentimentos de negativismo ou cinismo relacionados ao trabalho;
• Redução da eficácia profissional.

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De acordo com o ministério da saúde, a principal causa da doença é justamente o excesso de trabalho, de forma que a síndrome é comum em profissionais que atuam diariamente sob pressão e com responsabilidades constantes, como médicos, enfermeiros, professores, policiais, jornalistas, dentre outros.

Além disso, a Síndrome de Burnout também pode acontecer quando o profissional é pautado para executar objetivos de trabalho muito difíceis ou situações em que a pessoa possa achar, por algum motivo, não ter capacidades suficientes para os cumprir.

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Quais são os sintomas do Burnout?

Antes de mais nada, vale lembrar que os sintomas da síndrome de Burnout podem aparecer sorrateiramente, de forma branda e tendem a piorar conforme o passar do tempo. Falando em tempo, ao contrário daqueles dias cansativos, que passam quando você descansa em um final de semana, por exemplo, os sintomas de Burnout permanecem na segunda-feira ou na volta das férias.

Entre outras coisas, o nível de cansaço em pacientes que tem Burnout é de uma intensidade bem maior do que um cansaço normal e pode ser acompanhado de diversos outros sintomas. Confira quais são esses, segundo o Ministério da Saúde:

• Cansaço excessivo, físico e mental;
• Dor de cabeça frequente;
• Alterações no apetite;
• Insônia;
• Dificuldades de concentração;
• Sentimentos de fracasso e insegurança;
• Negatividade constante;
• Sentimentos de derrota e desesperança;
• Sentimentos de incompetência;
• Alterações bruscas de humor;
• Isolamento;
• Fadiga;
• Pressão alta;
• Dores musculares;
• Problemas gastrointestinais;
• Alteração nos batimentos cardíacos.

A ligação do Burnout com aparelhos eletrônicos

Também chamado de “Burnout digital”, a exaustação dos pacientes aos meios digitais liga a doença a atividade em excesso em aparelhos eletrônicos.

Neste caso, é quando acontece o desgaste físico ou mental da exposição à tecnologia. Deste modo, aparelhos eletrônicos e mídias digitais como celulares, computadores, redes sociais e outras plataformas podem ser verdadeiros “gatilhos” de prejuízos à saúde.

Na prática, seria quando há muita pressão em responder e-mails e mensagens, ou a própria pessoa adquiri um nível de urgência em estar sempre por dentro de tudo, com medo de perder alguma notícia. Em muitos casos, a pessoa não larga o celular nem para as atividades mais simples do dia a dia, como comer ou ir ao banheiro.

Burnout ou cansaço?

De acordo com especialistas, é possível identificar o que é simplesmente um cansaço físico e mental do que é a síndrome, de fato. Se após um dia de trabalho difícil, você consegue retornar na manhã seguinte com energia e revigorado, então é só um cansaço mesmo. E ao contrário, quando é a síndrome de Burnout, a pessoa não consegue se sentir melhor por um período maior e por diversas vezes, isso se repete.

Então, se você não descansou após uma semana de férias, e as atividades no trabalho lhe parecem cada vez mais difíceis, desgastantes e você sente zero motivação para fazer, é importante procurar ajuda médica.

Entretanto, o Burnout também pode estar ligado não só a exaustão, mas também ao esgotamento mediante um ambiente hostil, como os casos de funcionários que são assediados.

É o que afirma, em suas redes sociais, a jornalista e palestrante, Izabella Camargo, que no ápice da síndrome sofreu um apagão ao vivo, enquanto apresentava um telejornal na Globo, em 2018. “Exaustão não é burnout. Exaustão em um ambiente com algum tipo de assédio pode levar ao Burnout”, afirma a jornalista.

Imagem do post da Izabella Camargo
Imagem Instagram/@bellacamargoreal

Vale lembrar que a Izabella hoje é uma das principais defensoras e disseminadora da saúde mental no Brasil, lutando pela produtividade sustentável. Recentemente, foi a ganhadora do prêmio I Best (considerado como a maior premiação da internet no Brasil), na categoria profissionais mais influentes na área de RH.

Burnout: Diagnóstico e tratamento

De acordo com o Dr. Drauzio Varella ao Uol, o diagnóstico é basicamente clínico e considera o levantamento da história do paciente e seu envolvimento e realização pessoal no trabalho.

O Ministério da Saúde informa que o psiquiatra e o psicólogo são os profissionais de saúde indicados para identificar o problema e orientar a melhor forma do tratamento, conforme cada caso.

Quanto ao tratamento, é necessário a inclusão de psicoterapia e, em alguns casos, medicamentos antidepressivos na vida do paciente diagnosticado com a síndrome.

Além disso, recomenda-se a prática de atividade física regular e exercícios de relaxamento a fim de controlar os sintomas.