Google vai mapear emissões globais de metano a partir do espaço

O Google vai utilizar IA para mapear fontes de vazamento de metano, e assim criar um mapa global da poluição
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 14/02/2024 15h59, atualizada em 15/02/2024 21h12
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O Google anunciou uma parceria com a organização sem fins lucrativos Environmental Defense Fund (EDF) para mapear a poluição por metano e a infraestrutura de petróleo e gás do espaço. O objetivo é identificar os pontos mais críticos e diminuir as emissões.

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Em março deste ano, a EDF planeja lançar o MethaneSAT, um satélite que rastreará as emissões de metano. Já o Google vai utilizar inteligência artificial para mapear a infraestrutura de petróleo e gás, e assim criar um mapa global das fontes de poluição.

A infraestrutura muda rapidamente, e manter um mapa como esse atualizado requer informações constantes. Mas isso é algo que nós, em nossos mapas e organização geográfica, acumulamos muita experiência. Achamos que essas informações são incrivelmente valiosas para empresas de energia, pesquisadores e o setor público anteciparem e mitigarem as emissões de metano.

Yael Maguire, vice-presidente e gerente geral da equipe de Geo Sustentabilidade do Google

Embora a maioria dos pactos globais para combater as mudanças climáticas se concentrem no dióxido de carbono, o metano é responsável por cerca de 30% do aquecimento global. A substância é o principal componente do chamado gás natural, e rotineiramente vaza ao longo das cadeias de suprimentos, de poços a gasodutos e aparelhos de gás. Aterros sanitários e pecuária também são grandes fontes de poluição por metano.

Especialistas destacam que o metano é 80 vezes mais potente que o CO2 no aquecimento do planeta. Por outro lado, ele permanece na atmosfera por muito menos tempo. Mesmo assim, a reduzir as emissões pode ter um impacto grande e imediato nas mudanças climáticas. As informações são da The Verge.

Metano
As emissões de metano são responsáveis por cerca de 30% do aquecimento global (Imagem: VLADJ55/ Shutterstock)

Mapeamento de metano

  • O satélite MethaneSAT será capaz de orbitar a Terra quinze vezes por dia, pesquisando os níveis de metano nas principais regiões produtoras de petróleo e gás do mundo.
  • Os algoritmos alimentados pelo Google Cloud permitirão que a EDF rastreie quanto metano é emitido ao longo do tempo.
  • Para isso, uma IA será treinada para detectar possíveis fontes de vazamento da substância.
  • Os primeiros dados devem estar disponíveis ainda neste ano, mas a expectativa é que todo o planeta esteja mapeado até o final de 2025.
  • As informações coletadas serão disponibilizadas publicamente no site da MethaneSAT e do Google Earth Engine, a plataforma de dados geoespaciais baseada em nuvem da empresa.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.