“O Ministério da Saúde adverte: fumar é prejudicial à saúde”. Quem é da minha idade ou mais velho deve se lembrar desse alerta feito por muitos e muitos anos pelo governo federal.

Depois de um lobby pesado feito pela indústria tabagista em Hollywood, nas primeiras décadas do século passado, países do mundo todo se viram obrigados a emitir avisos sobre os perigos desse vício.

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A Medicina aponta que o consumo de derivados do tabaco causa cerca de 50 tipos de doenças, principalmente as cardiovasculares, câncer e as doenças respiratórias obstrutivas crônicas.

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Essa lista de problemas acaba de aumentar, segundo informa um estudo inédito realizado por cientistas do Institut Pasteur. De acordo com os pesquisadores, o consumo frequente do cigarro tem um grande impacto nas respostas imunológicas a longo prazo. Isso mesmo entre aqueles que já abandonaram o vício.

O artigo foi publicado na conceituada revista Nature.

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Dados do estudo

Os cientistas começaram a colher informações de mil pessoas entre 20 e 70 anos em 2011. A ideia era demonstrar como funcionava o sistema imunológico delas.

Para isso, eles expuseram amostras de sangue colhidas desses indivíduos a uma grande variedade de micróbios (vírus e bactérias) e observaram a resposta imunitária medindo os níveis de citocinas segregadas.

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Com os dados em mãos e fazendo o acompanhamento por alguns anos, a equipe determinou um total de 136 variáveis. Entre elas estão horas de sono, ambiente de trabalho, local onde mora, etc.

Além de questões fisiológicas, como idade, sexo e genética, 3 fatores foram identificados como determinantes para o sistema imunológico dos pacientes: tabagismo, infecção latente por citomegalovírus (da família da Herpes) e o índice de massa corporal.

Ou seja, de acordo com esse estudo, fumar e estar acima do peso têm ligação direta com a resistência do seu corpo. No que diz respeito ao tabagismo especificamente, a análise mostrou uma deficiência ligada a respostas inflamatórias.

Os resultados foram muito parecidos entre os fumantes e os ex-fumantes, demonstrando uma espécie de “herança maldita” entre aqueles que já fizeram o uso frequente do cigarro.

Essa foi a primeira vez que um estudo científico conseguiu demonstrar a influência a longo prazo do tabagismo nas respostas imunológicas.

Mais um motivo para que você nem comece a fumar.

As informações são do site Medical XPress.

O cigarro e Hollywood

  • Como citei anteriormente, o cigarro sempre teve uma participação importante na sétima arte.
  • Já nos anos de 1920, o objeto surgiu como elemento que representava glamour e rebeldia.
  • Na Era de Ouro de Hollywood, especialmente do final dos anos 30 ao início dos anos 60, fumar em cena era quase regra.
  • Estrelas como Bette Davis, Audrey Hepburn e James Dean quase sempre apareciam fumando.
  • Podemos também citar dezenas de clássicos nos quais o tabagismo aparecia como algo bom: Casablanca (1942), Uma Rua Chamada Pecado (1951), Bonequinha de Luxo (1961), A Primeira Noite de um Homem (1967) e Chinatown (1974).
  • A partir dos anos 40, as primeiras pesquisas científicas sobre os malefícios do cigarro começaram a ganhar força.
  • A reação da indústria do tabaco foi investir mais dinheiro ainda no cinema.
  • Estimativas apontam que Hollywood tenha faturado mais de US$ 1 bilhão apenas para inserir o cigarro em filmes.
  • As coisas mudaram de verdade nos anos 90, quando o mundo todo começou a adotar uma legislação anti-tabaco mais forte.
  • Em 1997, uma lei americana acabou com a farra das companhias de cigarro no cinema hollywoodiano, proibindo que os estúdios recebessem dinheiro para promover o produto nos longas.
  • Uma outra forma de conter a exposição excessiva na tela foi colocar uma classificação indicativa.
  • Desde 2007, a Motion Picture Association (MPA) usa a presença do cigarro como critério na definição da classificação etária dos filmes, como acontece com outros conteúdos como violência, sexo e consumo de bebidas alcoólicas.